Estudo internacional revela possível estratégia de cura da doença. Especialistas alertam: vacinação é principal forma de prevenção
Saúde|Luiza Marinho*, do R7, em Brasília
RESUMO DA NOTÍCIA
Produzido pela Ri7a – a Inteligência Artificial do R7
A hepatite viral é uma
doença que pode ser fatal se
não diagnosticada a tempo Arquivo/Agência Brasil
Segundo o Ministério da Saúde, mais de 300 mil casos de hepatite B foram identificados no Brasil. O vírus ainda provoca milhares de mortes e é a segunda maior causa de óbito entre as hepatites virais no país.
Porém, uma nova pesquisa publicada na revista científica Cell pode abrir caminho para tratamentos mais eficazes.
Cientistas de três instituições dos Estados Unidos descobriram que o vírus da hepatite B depende de uma estrutura chamada nucleossomo para se multiplicar nas células do fígado.
O estudo mostrou que um medicamento experimental, o CBL137 — usado originalmente para câncer — consegue impedir a formação dessas estruturas, bloqueando a infecção viral.
Segundo o infectologista Alberto Chebabo, dos laboratórios Sérgio Franco e Bronsteinn da Dasa, no Rio de Janeiro, a descoberta representa uma nova possibilidade de cura.
“Esse estudo inicial sugere a eliminação completa do vírus das células infectadas. Novas fases ainda são necessárias, mas essa é uma perspectiva animadora para o tratamento da hepatite B crônica”, analisa.
Números mundiais
De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), mais de 304 milhões de pessoas vivem com hepatites virais B ou C no mundo, com 1,3 milhão de mortes anuais.
A hepatite B responde por 83% dos óbitos causados por hepatites virais crônicas, e, no Brasil, foram registradas 19.475 mortes relacionadas à doença até 2022.
O maior coeficiente de mortalidade foi identificado na Região Norte, com 0,3 óbito a cada 100 mil habitantes, e a maioria das vítimas são homens.
Transmissão, diagnóstico e tratamentos da Hepatite B Luce Costa/Arte R7 Vacinação é o caminho
Apesar do avanço científico, especialistas reforçam que a vacinação segue como a forma mais eficaz de prevenção.
“Vimos o Brasil reduzir a mortalidade nos últimos 10 anos graças à vacinação. Ela é a principal estratégia de saúde pública contra a hepatite B”, destaca Chebabo.
A vacina está disponível gratuitamente no SUS e pode ser aplicada em pessoas de todas as idades que ainda não foram imunizadas.
A transmissão da hepatite B ocorre principalmente por contato com sangue contaminado ou por via sexual, e os sintomas incluem fadiga, náusea, dor abdominal, icterícia e urina escura.
Daniela Carvalho, hepatologista da clínica Gastrocentro lembra a necessidade da adoção de medidas para evitar a doença.
“É muito importante usar preservativos, não compartilhar objetos cortantes, como seringas, alicates de unha e barbeadores. Além disso, as pessoas devem fazer testes regularmente”, orienta.
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