O Fenerbahçe anunciou, esta sexta-feira, o despedimento do técnico português José Mourinho, depois de a equipa turca ter falhado o apuramento para a Liga dos Campeões. A informação foi avançada pelo clube nas redes sociais.

“O nosso clube de futebol separou-se do técnico José Mourinho, que assumiu o cargo de treinador principal a partir da época 2024/2025. Agradecemos-lhe o trabalho realizado até hoje e desejamos-lhe sucesso para o futuro da sua carreira”. Foi assim que o Fenerbahçe anunciou o despedimento do português, através de uma publicação no X, antigo Twitter.

A notícia chega depois de a equipa turca ter falhado o apuramento para a Liga dos Campeões há dois dias, dia 27 de Agosto, após uma derrota frente ao Benfica, no Estádio da Luz, por 1-0.

Este momento faz do “special one” o segundo treinador num dia a ser despedido na Liga turca depois de falhar uma qualificação. Poucas horas antes, o Besiktas anunciou o afastamento de Ole Gunnar Solskjaer por não ter garantido a qualificação para a Liga Conferência.

José Mourinho já tinha tecido críticas à estrutura do clube que orientava, nomeadamente, antes e depois do jogo frente às “águias”. Nessa altura, assumiu que a entrada dos turcos na Champions não podia ser considerada um objectivo real, já que no mercado de transferências só tinham recebido dois jogadores e depois do prazo de inscrição para o play-off.

Alguns incidentes, nenhum troféu

Vindo de Roma, Mourinho aterrou na Turquia há um ano e foi recebido com grande entusiasmo por lhe serem depositadas as esperanças de travar a hegemonia do Galatasaray. Em 62 jogos, conseguiu 37 vitórias, 14 empates e 11 derrotas, a maior percentagem de conquistas (59,68%) desde a sua passagem pelo Real Madrid (71,91%). No entanto, só foi suficiente para, na época passada, ficar em segundo lugar, a 11 pontos do eterno rival.

A expectativa era alta e suficiente para, no início de Junho de 2024, o estádio Şükrü Saracoğlu ter entrado em euforia com o anúncio de que Mourinho seria o novo treinador do Fenerbahçe. O português chegou mesmo a dizer, com espanto, que “normalmente um treinador é adorado quando ganha títulos”, mas que ele era adorado “mesmo antes de ganhar”. Porém, Mourinho numa época não chegou a amealhar nenhum troféu para a sua colecção invejável e para cumprir com as promessas que fez naquele dia.

O técnico de 62 anos sai, contudo, com histórias para contar. Em Abril, depois de uma derrota frente ao Galatasaray na Taça da Turquia, agarrou o nariz do treinador rival, Okan Buruk. O incidente levou a uma suspensão por três jogos. E as críticas expressas à arbitragem num outro jogo contra o rival de Istambul também lhe valeram uma suspensão por quatro jogos.

O gigante turco foi o 10.º clube por onde passou José Mourinho, com uma carreira que atravessou já cinco países. O “special one”, como se auto-intitulou na primeira entrevista como treinador do Chelsea, orientou, ao longo da sua carreira, o Benfica (2000), União de Leiria (2001/2002), Porto (2002 a 2004), Chelsea (de 2004 a 2007 e de 2013 a 2015), Internazionale (2008 a 2010), Real Madrid (2010 a 2013), Manchester United (2016 a 2018), Tottenham (2019 a 2021), Roma (2021 a 2024) e, até esta sexta-feira, o Fenerbahçe.