A mãe do jovem, que este mês completaria 22 anos, referiu que “não é só sobre o Afonso, é por todos os Afonsos que não tiveram oportunidade de se defender”, afirma Carla Gonçalves, ao DN.

Atualmente, a lei portuguesa prevê pena de prisão até dois anos ou multa até 240 dias para omissão de auxílio. A petição pretende que, quando da fuga resultar a morte da vítima, a pena seja agravada em metade do limite máximo, quer na prisão, quer na multa. “Esquecem-se de que há muitas formas de violência. A omissão de auxílio é uma delas. É uma violência que silencia, que deixa morrer, que abandona”, sublinhou Carla Gonçalves, àquele jornal.

Apesar da mobilização, a mãe lamenta a falta de apoio de figuras públicas: “Enviei mensagens, e-mails, apelos. Mas, com raras exceções, fui ignorada. O silêncio também é uma escolha, e às vezes grita mais alto do que qualquer publicação.”

Além da alteração legislativa, a família pede o reforço da fiscalização e da responsabilização de quem foge após provocar um atropelamento.

O jovem, que era natural de Guimarães e estudava em Lisboa, foi atropelado por um taxista, no dia 8 de setembro de 2024, quando atravessava a rua numa passadeira, na Avenida dos Estados Unidos da América, na zona de Entrecampos, em Lisboa.

O motorista fugiu do local do acidente sem prestar auxílio a Afonso Gonçalves, sendo detido, mais de um mês depois. Ficou em prisão preventiva, sendo acusado, posteriormente, dos crimes de homicídio, condução perigosa e omissão de auxílio.