“Estou enojada com o que aconteceu”, disse Meloni ao jornal “Corriere della Sera”, após fotos adulteradas de uma série de mulheres famosas – incluindo Meloni e a líder da oposição Elly Schlein – serem descobertas num site pornográfico. As imagens, desde fotos em comícios políticos até fotos de férias roubadas de contas pessoais em redes sociais, foram alteradas para destacar ou sexualizar partes do corpo. A plataforma, chamada Phica – uma gíria para vagina em italiano – tinha mais de 700 mil assinantes antes de fechar na quinta-feira, culpando os utilizadores por violarem as regras.

O encerramento ocorreu após a descoberta, na semana passada, de um grupo italiano do Facebook, agora fechado, chamado “Minha Esposa”, onde homens postavam fotos das mulheres e faziam comentários vulgares, sexistas e violentos. “Quero expressar a minha solidariedade e apoio a todas as mulheres que foram ofendidas, insultadas e violadas”, disse Meloni. “É desanimador constatar que, em 2025, ainda existam aqueles que consideram normal e legítimo atropelar a dignidade de uma mulher e atacá-la com insultos sexistas e vulgares, escondendo-se atrás do anonimato ou de um teclado”, afirmou a primeira-ministra italiana.

Site era “um inferno” e foi criado em 2005

A polícia italiana informou à agência de notícias France-Presse que recebeu “muitos” relatos sobre esses e outros sites que publicam imagens obscenas ou adulteradas sem consentimento. Meloni afirmou que os responsáveis ​​devem ser identificados e punidos “com a máxima firmeza” o mais rapidamente possível. “Conteúdo considerado inofensivo pode, nas mãos erradas, tornar-se uma arma terrível. E todos devemos estar cientes disso”, considerou. “A melhor defesa disponível para proteger-nos e aos que estão ao nosso redor” é “denunciar imediatamente” tais crimes, apelou às vítimas.

O Phica existia desde 2005 e permaneceu aberto apesar dos inúmeros relatos feitos à polícia ao longo dos anos, de acordo com o jornal online “Post”. O jornal diz que o site organizava “tributos de esperma”, com homens a publicar provas de masturbação sobre fotos das esposas ou namoradas de outros utilizadores. Uma vítima, Mary Galati, disse que descobriu que estava no site em 2023 e usou os documentos de identidade do pai para se cadastrar, já que o site só aceitava utilizadores do sexo masculino. O site era um “inferno”, contou ao “Post”, com “maridos a partilhar fotos das suas mulheres (e) homens a expor as suas parceiras ou parentes. “Até mesmo pais a publicar fotos das suas filhas muito pequenas – meninas de quatro ou cinco anos – sendo sexualizadas. Fotos dos seus pés, dos seus corpos, acompanhadas de comentários sexistas e pedófilos.”