Partido de Geert Wilders, que ganhou as eleições anteriores mas não conseguiu formar governo – conseguiu lançar o país em novas eleições, que, segundo as sondagens, se prepara para vencer.

Com a imigração, a economia, a habitação e as relações exteriores a dominarem a campanha, os extremistas do Partido para a Liberdade (PVV), liderado por Geert Wilders, PVV, lidera as intenções de voto, segundo as mais recentes sondagens. Faltam dois meses para novas eleições parlamentares nos Países Baixos; foram convocadas para 29 de outubro depois de o PVV ter deixado o governo de coligação em junho passado devido a um desentendimento sobre a política de imigração.

Winders – que por decisão da coligação não fazia parte do governo – impôs um desentendimento fictício que apanhou de surpresa os seus parceiros de coligação, acusados de não implementarem decisões na área da imigração, quando de facto era o próprio PVV que as estava a bloquear. A intenção era clara: fazer cair o governo e avançar para eleições antecipadas – o que acabou mesmo por acontecer. Os extremistas querem tentar chegar ao governo sem terem de se haver com uma coligação – o que de qualquer modo será difícil de acontecer, segundo as sondagens.

Os estudos de opinião sugerem que o PVV ganharia 33 cadeiras no parlamento de 150 assentos, seguido pela lista conjunta de centro-esquerda dos Partidos Verdes e Trabalhista, GroenLinks-PvdA, com previsão de conquistar 26 cadeiras.

O apoio aos atuais parceiros de coligação do governo – o partido de centro-direita VVD, o partido de extrema-direita e pró-agricultores BBB e o conservador NSC – diminuiu significativamente, sugere a mesma pesquisa. Os mais castigados são o o VVD: a previsão é de que caia de 24 para 15 lugares.

O PVV de Wilders saiu vitorioso nas eleições de novembro de 2023 (37 lugares), seguido pelo GroenLinks-PvdA, liderado pelo ex-comissário europeu Frans Timmermans (24 lugares).

Enquanto o VVD, partido do ex-primeiro-ministro Mark Rutte — que liderou o país durante 14 anos e agora é o secretário-geral da NATO — está a perder popularidade, o CDA democrata-cristão prevê um crescimento para 23 lugares (tem atualmente cinco), tornando-se o terceiro maior partido.

Ao mesmo tempo, as sondagens mostram que o apoio à atual líder do VVD, Dilan Yeşilgoz, está a diminuir. Enquanto em junho cerca de 77% dos eleitores do VVD afirmavam confiar na dirigente, essa taxa é agora de 31%. Yeşilgoz, que substituiu Rutte em 2023, tem enfrentado críticas por adotar um estilo de liderança considerado cada vez mais próximo da extrema-direita – o que é difícil de desmentir, dado ter aceitado liderar a coligação ‘em nome’ de Wilders.