A TAP registou um resultado líquido negativo de 70,7 milhões de euros até junho, o que compara com perdas de 24,8 milhões de euros no mesmo período do ano passado. Já no segundo trimestre, a companhia obteve um lucro de 37,5 milhões de euros, uma queda de 42,5% face ao mesmo trimestre de 2024.

A transportadora reconhece em comunicado que o lucro dos últimos três meses não foi suficiente para compensar as perdas geradas no arranque deste ano e destaca como fatores negativos perdas cambiais de 42,5 milhões de euros resultantes da desvalorização do dólar, moeda na qual a TAP recebe várias receitas. Já no que toca ao capital próprio e outras reservas, a queda do dólar teve um efeito positivo de 261 milhões de euros, na medida em que reduziu os encargos da companhia que são pagos nesta moeda.

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A margem bruta (EBITDA) da TAP caiu 18,3% nos primeiros seis meses para 259,2 milhões de euros. O resultado operacional atingiu os 17,3 milhões de euros, um recuo de 84,5% face a 2024. Focando apenas no segundo trimestre, o EBITDA teve uma “redução ligeira de 4 milhões de euros” para 256,3 milhões de euros e o resultado operacional foi de 136,5 milhões de euros.

As receitas operacionais da companhia caíram 1% no primeiro semestre para 1.955,2 milhões de euros, apesar da recuperação sentida no segundo trimestre que beneficiou do efeito calendário da Páscoa. Neste trimestre, o volume de negócios cresceu 1,7%, impulsionado pelo acréscimo de 3,1% nas receitas com os passageiros e com a subida do load factor (ocupação do avião) e do reforço da capacidade.

O PRASK, que mede a receita por passageiro, encolheu 2,8% no primeiro semestre, enquanto o CASK (custo por lugar oferecido), subiu 1,6%. A TAP admite que a pressão concorrencial nos principais mercados deverá manter-se, continuando a condicionar a evolução das receitas unitárias, mas destaca que as reservas estão em linha com as registadas no ano anterior, apesar do aumento da capacidade e da tendência para janelas de reserva mais curtas

Ainda no segundo trimestre, as receitas da manutenção baixaram 17%, com a atividade condicionada por constrangimentos nas cadeias de fornecimento, enquanto na carga a faturação subiu 7,9%.

No comentário aos resultados, o presidente executivo da TAP, Luís Rodrigues, considera que “após um início de ano desafiante”, a empresa teve uma performance positiva no segundo trimestre, com mais operações e mais receitas. “Esta dinâmica traduziu-se em resultados operacionais sólidos, contribuindo para compensar parcialmente o impacto dos eventos extraordinários ocorridos no primeiro trimestre e reforçando tanto a resiliência das nossas equipas como a robustez da nossa rede”

No entanto, ressalva que a TAP continua a “operar num ambiente altamente competitivo, com pressão sobre as receitas unitárias e desafios operacionais persistentes — afetando particularmente a pontualidade. Ainda assim, registámos uma melhoria homóloga da regularidade durante o trimestre”. E alerta que este é “um dos verões operacionalmente mais difíceis do passado recente, com constrangimentos severos no controlo de fronteiras nos aeroportos nacionais, impactando significativamente a nossa atividade”. Mas sublinha que a TAP mantém “o foco em garantir uma operação fiável, trabalhando no progresso do ecossistema da aviação nacional”.

A empresa transportou 7,9 milhões de passageiros até junho, o que equivale a uma subida de 2,2% face ao mesmo período de 2024, tendo mantido uma oferta estável no número de voos, mas com uma subida da capacidade de 2,3% face ao mesmo período de 2024.

No terceiro trimestre, a TAP lançou novas rotas e retomou outras sazonais — Alicante, Ibiza, Menorca e Palma de Maiorca, para além do regresso do voo Lisboa — Porto Alegre. Foram lançadas ligações entre Lisboa — Terceira —São Francisco, Lisboa — Los Angeles, Porto — Boston e Faro — Funchal. A frota operacional manteve-se nas 99 aeronaves. 71% da frota de médio e longo cusro já é composta por aeronaves mais recentes da família NEO.

O Governo aprovou o decreto lei para a privatização de 49,9% da TAP este verão, mas ainda falta conhecer o caderno de encargos da operação.

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