Dia 1 de setembro abre a primeira escola Artemis Education em Portugal. Fica na capital e custou 75 milhões de euros, o mesmo que o Inspired Education leva aplicado no King’s College School Cascais. A Forfar, que fez duas aquisições em dois anos, vai investir em benfeitorias.

John Forsyth rubrica a sua segunda aquisição em Portugal. Depois do Colégio do Vale, em Almada, no ano passado, uma operação que escapou aos holofotes, o britânico que fundou e lidera a Forfar Education, anuncia a compra da Escola Internacional de Torres Vedras (EITV).

Forsyth mantém segredo sobre o valor do negócio. Afirma, no entanto, que continuará a investir em todas as áreas da educação nas escolas que possui, enquanto continua a expansão em Portugal e lá fora.

“Pretendemos investir dois a três milhões de euros em despesas de capital nas suas escolas portuguesas nos próximos anos, para apoiar o crescimento da escola e a retenção das famílias”, revela ao JE. O campus de Torres Vedras será alvo de melhorias, incluindo espaços ao ar livre e áreas de aprendizagem de aventura, seguindo o modelo Forest School, a fim de “promover a educação para a sustentabilidade e o bem-estar dos alunos”.

A integração da EITV no grupo Forfar Education prevê a “expansão curricular, oportunidades de mobilidade internacional, valorização da equipa docente e investimento em infraestruturas”. Nas novidades cabe a introdução dos Cambridge A Levels e a opção de diploma duplo e o reforço dos programas de desenvolvimento pessoal Character Strenghts, Junior Dukes e Duke of Edinburgh’s Award.

King’s College School
O sistema educativo britânico tem pergaminhos, sendo a bússola da maior parte dos colégios privados em qualquer lugar do planeta. “Não ensinamos apenas as matérias, educamos os jovens. Os alunos aprendem fazendo”, disse, um dia, Sir Roger Fry, que, nos idos de 1969, fundou em Madrid o King’s College School, mais tarde condecorado pela rainha Isabel II pelos serviços prestados no estrangeiro.
A marca King’s College entra em Portugal pela mão do novo dono, Inspired Education, há pouco mais de três anos. O grupo, que soma várias aquisições e se afirma como o maior investidor estrangeiro na área da educação no país, conta já com quatro colégios, 5500 alunos e mais de meia centena de professores.
No King’s College School Cascais, após obras de vulto, o ano letivo arranca com um campus de sonho e o lançamento do programa de internato, fator claramente diferenciador. O investimento na escola atinge 75 milhões de euros, revela John Leitão, CEO regional do Inspired Education Group para Portugal, Grécia, Letónia, Suíça e Bélgica, ao JE.

O international and very british King’s recebe alunos dos um aos 18 anos e oferece até ao quinto ano a opção do Bilingual Pathway (programa duplo português-inglês, que integra o currículo de Cambridge e o do Ministério da Educação). Na Senior School, os alunos seguem o percurso internacional em inglês: Cambridge International Curriculum e International Baccalaureate Diploma Programme.

Lisboan International School
Na zona ribeirinha de Alcântara, o antigo complexo fabril de massas d’A Napolitana, projetado no início do século XX pela dupla de construtores e projetistas franceses Vieillard & Touzet, abre esta segunda-feira, 1 de setembro, como Lisboan International School. “A escola está programada para abrir com 64 alunos, mas crescendo a cada dia”, revela Janet Jacquier, responsável pelas Relações com os Pais, ao JE. Para transformar esta referência da arquitetura industrial portuguesa numa escola de topo mundial, o Grupo Artemis Education, sediado no Qatar, com quatro colégios no mundo, investiu 75 milhões de euros.

“Rigor académico, sustentabilidade e cidadania global” é a abordagem pedagógica, combinando o currículo internacional britânico nos primeiros anos com a progressiva implementação do IB, até ao Diploma Programme completo em 2027. O diretor é Gudmundur Hegner Jónsson, que liderou escolas na Noruega e na Coreia do Sul.

“Teremos uma turma para cada série, incluindo berçário e receção, e todos os anos até o 10º ano. Neste primeiro ano só vamos até ao 10.º ano, adianta Janet Jacquier. Que deixa o compromisso do grupo com o futuro e o país: “Não temos um plano imediato para continuar a abrir as escolas em Portugal, mas vamos fazê-lo a longo prazo”.
O compromisso, comum àqueles com quem falámos, deixa antever mais do que uma moda.