Joaquim Pinto Lopes, fundador da agência Pinto Lopes Viagens e uma das figuras mais marcantes do turismo português, morreu aos 80 anos. A notícia foi anunciada esta quinta-feira, 28 de agosto. As cerimónias fúnebres terão lugar esta sexta-feira em Cete, Paredes.

No comunicado oficial da empresa que fundou, Pinto Lopes é lembrado por uma “vida dedicada a abrir caminhos pelo mundo e a inspirar gerações a descobrirem novos horizontes”. “[Estamos] certos de que continuará a viajar connosco, em cada percurso que fizermos pelo mundo. Tal como sempre nos dizia: ‘Mais mundo houvesse e lá chegaríamos‘.”

Criada em 1973, a agência especializou-se em viagens culturais, excursões com guias em português e viagens de autor. Ao longo de mais de cinco décadas, Pinto Lopes organizou expedições a mais de 150 países.

“É provavelmente o português com mais décadas de viagens e mais quilómetros acumulados dos nossos dias”, refere o livro “Mais Mundo Houvesse: Vida e Viagens de Joaquim Pinto Lopes”, publicado em 2023 pelo Clube de Autor para assinalar os 50 anos da agência.

O empresário integrava a sexta geração de uma família ligada ao transporte de passageiros. Iniciou excursões ainda no Estado Novo e levou viajantes a conhecer a Europa em rotas de autocarro. O negócio viria depois a expandir-se para outros destinos e meios de transporte.

Na sua biografia, recorda os primeiros tempos: “Estávamos já perto da Revolução quando me lancei nesta longa aventura. Chamaram-me louco e provavelmente tinham razão. Eram tempos difíceis, em que a geopolítica transformava fronteiras em barreiras quase intransponíveis. Impunha-se um espírito aventureiro, de mochilas e tendas, sacos-cama e farnéis, autocarros com bagagem no tejadilho e sem ar condicionado.”