O cadáver foi encontrado enterrado numa praia próxima da zona onde se perdeu o seu rasto e foram detidas duas pessoas relacionadas com esta descoberta, confirmaram à Europa Press fontes da família, após informação fornecida pelo Consulado espanhol. A família há muito que pensava que se tratava de um crime e tinha exigido à polícia do país asiático e à Interpol que intensificassem a investigação.
“Mati”, nascida em Ferrol e residente nas Ilhas Baleares, parou de responder a mensagens de amigos e parentes e de navegar nas redes sociais há quase dois meses. Foi vista pela última vez a 2 de julho, perto do Hotel Bumi Aditya, na Praia de Senggigi, onde havia pago antecipadamente por 20 noites, de acordo com Ignacio Vilariño, seu sobrinho e representante da família, que falou à “Europa Press”.
Seis dias após o desaparecimento de Mati, uma mensagem foi enviada do seu telemóvel para um funcionário do hotel, contendo erros ortográficos graves, “atípicos dela”, informando que ia viajar para o Laos. A família acredita que outra pessoa escreveu essas mensagens como parte de um álibi. “Não temos dúvidas de que eram fraudulentas”, enfatizou o sobrinho.
Pressão da família
Vilariño denunciou contradições de alguns dos funcionários e gerentes, “tão evidentes que não deixam margem para dúvidas” sobre um possível envolvimento no desaparecimento. “Aflige-nos que ninguém tenha sido levado para depor perante a polícia do país. As mentiras e os descuidos das duas ou três pessoas que administram o hotel demonstram que estão envolvidos”, afirmou ainda antes da descoberta.
O sobrinho de Mati também criticou o facto de a Polícia Forense ter demorado várias semanas para revistar o quarto onde a mulher estava hospedada, embora não saiba o que encontraram lá. O que se sabe é que os funcionários do hotel inicialmente indicaram outro quarto à polícia.
No último domingo, foi encontrada a maioria dos pertences da espanhola – roupas, livros, sandálias, anotações pessoais e a sua mochila – no lixo do hotel. No entanto, nem o passaporte, cartões de crédito nem o telemóvel foram encontrados, levantando suspeitas de roubo acompanhado de violência ou de uma tentativa deliberada de encobrir as provas. “É impossível que tenha saído por vontade própria. Ela era uma mulher que relatava os seus movimentos minuto a minuto e nunca deixava de responder aos seus entes queridos”, enfatizou o representante da família.
Devido à pressão familiar e às denúncias registadas no final de julho em Madrid, Girona e na própria Indonésia, através da Embaixada da Espanha, a polícia indonésia começou recentemente a geolocalizar o telemóvel da mulher desaparecida, segundo a “ABC”.