Pesquisa aponta que felinos mais velhos acumulam placas no cérebro semelhantes às vistas em humanos com a doença; entenda
Internacional|Do R7
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Gatos com demência podem ajudar a desvendar segredos do Alzheimer, diz estudo Pixabay
Assim como acontece com pessoas que sofrem de Alzheimer, gatos idosos também podem desenvolver sintomas de demência. Um novo estudo revelou que felinos mais velhos acumulam placas da proteína beta-amiloide no cérebro, uma alteração associada à doença em humanos, o que pode ajudar a ciência a compreender melhor tanto o envelhecimento animal quanto os mecanismos do Alzheimer.
Conforme envelhecem, gatos podem miar mais que o normal à noite, apresentar distúrbios de sono e sinais de confusão ou desorientação. Pesquisadores descobriram que essas mudanças de comportamento podem estar ligadas ao acúmulo de placas de beta-amiloide, que desencadeiam uma reação em cadeia no cérebro, ativando células de defesa que acabam prejudicando as conexões entre neurônios.
O trabalho, publicado no European Journal of Neuroscience, analisou cérebros de 25 gatos, sendo sete jovens e 18 idosos, incluindo oito com sintomas de demência. Usando marcadores fluorescentes, a equipe constatou que os felinos mais velhos, com ou sem sinais clínicos, tinham mais depósitos da proteína que os jovens. Essas placas se concentravam justamente nas sinapses, pontos de contato entre os neurônios.
Além disso, células como as microglias, responsáveis por regular a inflamação, e os astrócitos, que mantêm o equilíbrio do cérebro, estavam hiperativas nos animais mais velhos. Essas células se acumulavam em torno das placas, mas também atacavam sinapses saudáveis — um fenômeno parecido com o que ocorre em cérebros humanos com Alzheimer.
Segundo especialistas, a semelhança entre os cérebros de gatos e humanos pode transformar os felinos em modelos promissores para estudo da doença. Ao contrário dos ratos usados em laboratório, que precisam ser geneticamente modificados para desenvolver Alzheimer, os gatos apresentam a condição de forma espontânea com o avanço da idade.
Os pesquisadores de Edimburgo, responsáveis pelo estudo, pretendem ampliar as análises para identificar outros marcadores do Alzheimer, como o acúmulo da proteína tau. A expectativa é que a comparação entre cérebros de gatos com e sem sinais de demência ajude a traçar padrões mais claros da progressão da doença.
Embora os gatos dificilmente substituam os ratos como modelo principal, os cientistas destacam que os felinos podem oferecer novas perspectivas para a ciência e, de quebra, beneficiar também a saúde dos próprios animais.
Perguntas e Respostas
Quais são os principais achados do estudo sobre gatos idosos e demência?
O estudo revelou que gatos idosos acumulam placas da proteína beta-amiloide no cérebro, semelhante ao que ocorre em humanos com Alzheimer. Isso pode ajudar a entender melhor o envelhecimento animal e os mecanismos do Alzheimer.
Quais sintomas de demência podem ser observados em gatos idosos?
Gatos idosos podem miar mais à noite, ter distúrbios de sono e apresentar confusão ou desorientação. Essas mudanças de comportamento estão ligadas ao acúmulo de placas de beta-amiloide no cérebro.
Como foi conduzido o estudo sobre os cérebros dos gatos?
O estudo analisou cérebros de 25 gatos, sendo sete jovens e 18 idosos, incluindo oito com sintomas de demência. Usando marcadores fluorescentes, os pesquisadores encontraram mais depósitos da proteína beta-amiloide nos gatos mais velhos, que se concentravam nas sinapses.
O que os pesquisadores observaram sobre as células do cérebro dos gatos idosos?
Os pesquisadores notaram que células como microglias e astrócitos estavam hiperativas nos gatos mais velhos. Essas células se acumulavam em torno das placas e atacavam sinapses saudáveis, semelhante ao que ocorre em cérebros humanos com Alzheimer.
Por que os gatos podem ser considerados modelos promissores para o estudo do Alzheimer?
A semelhança entre os cérebros de gatos e humanos pode tornar os felinos modelos promissores para o estudo da doença, pois, ao contrário dos ratos, os gatos desenvolvem a condição espontaneamente com o avanço da idade.
Quais são os próximos passos dos pesquisadores em relação a este estudo?
Os pesquisadores de Edimburgo pretendem ampliar as análises para identificar outros marcadores do Alzheimer, como o acúmulo da proteína tau, e comparar cérebros de gatos com e sem sinais de demência para traçar padrões mais claros da progressão da doença.
Os gatos podem substituir os ratos como modelo de estudo do Alzheimer?
Embora os gatos dificilmente substituam os ratos como modelo principal, os cientistas acreditam que os felinos podem oferecer novas perspectivas para a ciência e beneficiar a saúde dos próprios animais.