Euromaster

Um simples registo do Euromilhões acabou por transformar-se num momento de sorte inesperada para um homem na casa dos 50 anos, residente em Vila do Conde. O jogador saiu do quiosque Kiosque K, em Mindelo, na passada quinta-feira, com um prémio de um milhão de euros — não graças ao Euromilhões, mas a uma raspadinha da série Fortuna.

Segundo relata o Jornal de Notícias (JN), o homem deslocou-se ao quiosque apenas para apostar cinco euros no Euromilhões. Contudo, de forma espontânea, decidiu investir mais 15 euros numa raspadinha. O gesto acabou por mudar-lhe a vida.

Ao contrário da maioria dos apostadores, o vencedor optou por não raspar os quadrados com as quantias possíveis. Limitou-se a raspar apenas o código de barras e a entregá-lo na máquina. O sistema sinalizou de imediato que existia um prémio, mas sem indicar o valor, apenas surgindo a mensagem: “Contacte o Departamento de Jogos da Santa Casa”.

Esse alerta só aparece quando o montante em causa ultrapassa os cinco mil euros, que não podem ser pagos no local. Neste caso, tratava-se do maior prémio da série Fortuna: um milhão de euros.

Carlos Moreira, proprietário do quiosque, contou que a emoção foi enorme quando perceberam que o prémio tinha saído no seu estabelecimento: “Era o único prémio de um milhão de euros que havia em jogo nesta raspadinha”, sublinhou.

A febre das raspadinhas em Portugal
As raspadinhas têm vindo a ganhar popularidade em Portugal, mas os especialistas alertam para os riscos. Um estudo realizado em 2023 pelo Conselho Económico e Social (CES) concluiu que cerca de 100 mil portugueses apresentam problemas de jogo associados a raspadinhas, o que corresponde a 1,21% da população adulta.

Dentro desse universo, 30 mil pessoas sofrem de perturbação de jogo patológica, considerada uma doença.

O relatório acrescenta que os cidadãos que recebem abaixo do salário mínimo nacional têm três vezes mais probabilidade de jogar com frequência raspadinhas do que aqueles que auferem mais de 1500 euros mensais.

De acordo com dados da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML), em 2020 os portugueses gastaram quase 1,4 mil milhões de euros neste tipo de jogo instantâneo.