Este texto faz parte da newsletter Sono Meu, uma jornada de sete capítulos com dicas para você dormir melhor. Para receber a série no seu e-mail, clique aqui

A essa altura da newsletter, você já sabe: dormir bem faz bem à saúde. No século V a.C., Hipócrates — o famoso “pai da medicina” — já percebia que problemas de sono podiam deixar a mente triste. E escreveu: “Tanto o sono quanto a insônia, quando imoderados, são ruins.” Ainda assim, só recentemente os cientistas começaram a desvendar a real dimensão do poder de uma boa noite de descanso… e os estragos que sua falta pode causar.

O sono impacta todo o organismo. Um dos estudos mais recentes, conduzido por universidades chinesas e publicado no fim de julho na revista Health Data Science, analisou dados de 80 mil adultos ao longo de sete anos no Reino Unido e encontrou fortes associações entre algumas características do sono e nada mais, nada menos que 172 doenças.

Doenças da falta de sono

🧠🤲Uma das ligações mais fortes é com o Parkinson: pessoas com os piores ritmos de sono apresentaram risco 2,8 vezes maior da doença.

⏰🍷 Outro exemplo: quem dorme depois das 00h30 tem 2,6 vezes mais chance desenvolver cirrose em relação aos que foram para a cama antes das 23h30.

😮‍💨❌ Além disso, quem dormia menos de 6 horas por noite tinha quase o dobro da probabilidade de sofrer de insuficiência respiratória.

⚠️Entre as outras doenças que o estudo associou à privação de sono estão depressão, diabetes tipo 2, hipertensão, doença pulmonar obstrutiva crônica, insuficiência renal aguda e envelhecimento precoce.

👴👵 O impacto no envelhecimento precoce merece atenção especial. O sono ruim — aquele que não é restaurador e nos faz acordar cansados — estimula a formação de rugas. Ele eleva os níveis do hormônio cortisol, que, em excesso, atrapalha a produção de colágeno. Com isso, as fibras de suporte da pele enfraquecem, resultando em flacidez.

🧠⏳ Mas quem dera o malefício fosse só na pele. Noites de sono com menos de 6 horas, sobretudo para quem tem mais de 40 anos, pode acelerar o envelhecimento do cérebro, de acordo com um estudo publicado em outubro do ano passado na revista médica Neurology, da Academia Americana de Neurologia. O efeito seria em habilidades como memória e organização de pensamento e até aumentaria o risco de Alzheimer.

🧹🪣 No caso do Alzheimer, o problema está no acúmulo da proteína beta-amiloide, fortemente associada à doença. Durante o sono, o cérebro realiza uma espécie de faxina, eliminando essa proteína, além de outras toxinas e resíduos acumulados ao longo do dia. A falta de sono prejudica esse processo — por isso o descanso é tão essencial para a saúde cerebral.