O mês de setembro arranca esta segunda-feira, trazendo consigo maior incerteza meteorológica e uma ligeira descida das temperaturas, segundo as previsões divulgadas pelo portal especializado Tempo.pt, em colaboração com a Meteored. Depois de um verão marcado por fenómenos extremos, as primeiras projeções apontam para um início de outono climatológico menos quente, mas sem descartar episódios de chuva intensa.
Agosto encerra hoje um verão atípico, que ficará marcado pelas temperaturas extremas e pela intensificação do risco de incêndios florestais. Os dados provisórios indicam que junho e julho registaram valores muito elevados, ao passo que agosto trouxe uma das ondas de calor mais intensas desde que há registos em Portugal continental.
Embora a meteorologia não seja causa direta dos incêndios, os especialistas sublinham que funcionou como fator potenciador, agravando os impactos no território e na disponibilidade de água.
Com a chegada de setembro, prevê-se que as temperaturas desçam entre 1 ºC e 3 ºC abaixo da média no Norte e Centro, sobretudo na primeira semana. Já em Lisboa e em algumas zonas do Alentejo, a descida será mais suave, até 1 ºC. O litoral, os Açores e a Madeira sentirão menos impacto devido ao efeito moderador do oceano.
Entre 8 e 15 de setembro, o modelo europeu indica uma tendência de normalização térmica em quase todo o continente. Apenas o Sotavento Algarvio e o Baixo Alentejo deverão registar valores ligeiramente acima da média (+1 ºC). Nos arquipélagos, prevê-se que as temperaturas se mantenham consistentemente superiores ao habitual em cerca de 1 ºC.
No que toca à precipitação, as primeiras duas semanas deverão ser mais secas a sul do Douro, com anomalias negativas de até 10 mm. No Norte, espera-se um cenário dentro da normalidade climatológica. Nos Açores e Madeira, a chuva deverá situar-se dentro ou ligeiramente abaixo da média, com exceção de São Miguel, onde se prevê precipitação acima da média (+10 mm).
Apesar da ligeira tendência para normalização, a segunda quinzena de setembro mantém-se difícil de prever. Os especialistas alertam que pequenas depressões isoladas ou eventos atlânticos poderão alterar rapidamente o cenário, aumentando o risco de cheias localizadas ou, em contrapartida, prolongando situações de seca.
Embora em 2025 o balanço hídrico seja mais positivo do que em anos anteriores, prolongamentos de tempo seco poderão agravar problemas de escassez de água. Já a ocorrência de chuvas intensas em curtos períodos pode provocar inundações, como aconteceu, por exemplo, em setembro de 2021.
Conhecido pelo provérbio popular “Setembro: ou seca as fontes ou leva as pontes”, o nono mês do ano simboliza a transição entre o calor do verão e a instabilidade do outono. As previsões apontam para dias mais curtos e noites mais frescas, sobretudo no interior do território.
Apesar da incerteza, há um dado que parece seguro: não se prevê o regresso do calor extremo registado nos meses anteriores. Setembro deverá marcar, assim, o início de uma fase menos tórrida, mas ainda sujeita a surpresas meteorológicas.