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Segundo o The Guardian, a investigação, conduzida por cientistas norte-americanos da Mass General Brigham, analisou dados de mais de 90 mil pacientes com insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada (HFpEF), obesos e com diabetes tipo 2.
Os resultados mostraram que o uso de semaglutida reduziu em 42% o risco de hospitalização ou morte, enquanto o tirzepatide apresentou uma redução de 58%. Estes fármacos foram originalmente desenvolvidos para controlar o açúcar no sangue em diabéticos, mas que também promovem sensação de saciedade e perda de peso.
Segundo o autor do estudo, Dr. Nils Krüger, do Brigham and Women’s Hospital, “apesar da elevada morbidade e mortalidade associada à HFpEF, as opções de tratamento atuais são limitadas. Semaglutida e tirzepatide são conhecidos pelos efeitos no peso e controlo glicémico, mas agora vemos benefícios substanciais na redução de complicações cardiovasculares”.
Especialistas europeus receberam os resultados com entusiasmo. Dr. Carlos Aguiar, vice-presidente da European Society of Cardiology, afirmou que os medicamentos não apenas ajudam na perda de peso, mas também podem reduzir hospitalizações e mortalidade em doentes cardíacos, sugerindo efeitos além da simples redução de peso. De forma semelhante, Dr. Sonya Babu-Narayan, da British Heart Foundation, destacou que pacientes elegíveis devem ter acesso a estas terapias como complemento a outros tratamentos comprovados para insuficiência cardíaca.
A evidência reforça o papel dos medicamentos GLP-1 como uma opção promissora não apenas para obesidade e diabetes, mas também como estratégia preventiva em doenças cardíacas. Considerando que mais de 60 milhões de pessoas no mundo vivem com insuficiência cardíaca, os especialistas acreditam que este avanço poderá transformar o tratamento da doença, reduzindo mortes prematuras e melhorando a qualidade de vida.