“Se a Europa quiser escalar este conflito, será uma escolha deles. Mas estarão a arrancar a derrota das mandíbulas da vitória”. A frase é de um alto funcionário de Trump — e à “Europa” a que se refere fica outro recado: os EUA não irão “suportar os custos” da guerra 

Altos funcionários da Administração Trump dizem estar “preocupados” — eles e, claro, o Presidente — com líderes europeus que, referem, ao “encorajar” Volodymyr Zelensky a exigir um acordo “mais favorável” com Moscovo, estarão “a prolongar a guerra” da Rússia na Ucrânia, segundo avança o Axios.

As fontes da Casa Branca, frustradas com o que consideram uma “estagnação” num futuro acordo de paz desde as conversações entre Vladimir Putin e Donald Trump no Alasca, há já duas semanas, afirmam que alguns países europeus pressionam a Ucrânia a não ceder às “concessões territoriais irreais” exigidas pelo Kremlin. 

“Os europeus não podem prolongar esta guerra e alimentar expectativas irracionais, enquanto esperam que os Estados Unidos suportem os custos”, afirmou um alto funcionário norte-americano ao Axios. E disse isto ainda: “Se a Europa quiser escalar este conflito, será uma escolha deles. Mas estarão a arrancar a derrota das mandíbulas da vitória”. 

As fontes do Axios não especificaram quais os países europeus que são alvo de críticas, mas garantiram que não se tratava do Reino Unido ou de França, que organizaram a chamada “coligação dos dispostos”, uma parceria informal de países ocidentais comprometidos em apoiar a Ucrânia na guerra.

Do ponto de vista americano, e após o encontro do Alasca, Donald Trump já manifestou (e continua a manifestar) o interesse numa reunião bilateral entre Vladimir Putin e Volodymyr Zelensky. No entanto, e apesar da disposição (pelo menos inicial) do Presidente ucraniano em reunir, o Kremlin tem travado avanços num acordo de paz ao intensificado os ataques à Ucrânia e os avanços no terreno — mesmo perante os esforços diplomáticos, dos EUA e não só, para pôr fim a uma guerra que já dura, e mata, desde a 24 de fevereiro de 2022, aquando da invasão