A região de língua sueca da Ostrobótnia, na Finlândia, poderá juntar-se ao restrito grupo das “Zonas Azuis” mundiais, onde se registam níveis extraordinários de longevidade. A conclusão surge de uma investigação conduzida pela Universidade Åbo Akademi, que analisou dados de mais de 12.000 residentes nascidos entre 1930 e 1955.

O estudo, que decorreu na Finlândia Ocidental, comparou diferentes regiões quanto à esperança de vida, saúde e adesão ao estilo de vida característico das “Zonas Azuis”. A investigação focou-se na Ostrobótnia bilingue, nas Ilhas Åland de língua sueca e na Ostrobótnia do Sul de língua finlandesa.

A investigadora Sarah Åkerman, responsável pelo projeto “Zonas Azuis nos Países Nórdicos”, destaca que a comunidade de língua sueca da Ostrobótnia demonstra boa saúde e segue os princípios de vida associados às “Zonas Azuis”, embora seja necessária validação demográfica adicional para confirmar a excecional esperança de vida na região.

O estudo revelou resultados intrigantes nas outras regiões analisadas. As Ilhas Åland, apesar de registarem a maior esperança de vida e os melhores indicadores de saúde, não seguem vários princípios típicos das populações longevas. Já a Ostrobótnia do Sul apresentou os piores indicadores de saúde, mesmo seguindo práticas de vida saudável semelhantes às da Ostrobótnia de língua sueca.

O projeto, financiado pela Fundação Cultural Sueca na Finlândia e pela Associação Sueca da Ostrobótnia, continuará até junho de 2026. A investigação baseou-se em estatísticas nacionais e dados do inquérito da Base de Dados Regional Gerontológica (GERDA), realizado em 2021/2022.

As “Zonas Azuis” são áreas onde uma proporção invulgarmente elevada de pessoas vive significativamente mais tempo que noutras partes do mundo. Entre as já reconhecidas encontram-se Ogliastra (Itália), Ikaria (Grécia), Okinawa (Japão) e Martinica. Estas populações partilham características como alimentação saudável, atividade física moderada, fortes laços comunitários e um sentido de propósito na vida.

Os resultados completos do estudo foram publicados no Journal of Aging Research e podem ser consultados em: https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1155/jare/5535904