O que era evidente tem agora um desfecho natural. A UAE Emirates anunciou, no dia de descanso da Vuelta, a rescisão antecipada do contrato que ligava o espanhol Juan Ayuso à equipa, num acordo que incluía uma cláusula de 100 milhões de euros.
O ciclista, que vivia um clima de guerra fria com João Almeida, com quem partilhava no início da Volta a Espanha o estatuto de co-líder, tinha contrato até 2028, mas vai apenas cumprir até ao final de 2025.
E se ainda persistissem dúvidas, a justificar a decisão, a equipa dos Emirados Árabes Unidos explica estar em causa «uma diferença de visão nos planos de desenvolvimento e um desalinhamento com a filosófica desportiva da equipa».
Ayuso partia para a Vuelta com expectativas de lutar pela classificação geral e raramente foi visto a colaborar com a estratégia da equipa, depois de ter perdido mais de sete minutos na primeira etapa de montanha da corrida. Contudo, teve energia para integrar uma fuga e vencer a 7.ª etapa no dia seguinte, o que llevou muita gente a questionar o compromisso do espanhol com a estratégia da equipa.
O mal-estar com João Almeida era óbvio apesar de não ser assumido, mesmo que o português tenha lamentado no final da 9.ª etapa a ausência de ajuda para a perseguição a Jonas Vingegaard: «Senti um pouco a falta da minha equipa. Ninguém estava comigo no final, então… é o que é. Conseguir salvar o que pude, mas creio que poderia ter seguido com ele [Vingegaard] se tivesse tido essa ajuda.»
No anúncio da saída de Ayuso, o CEO da UAE Emirates deixou reparos à postura do espanhol. «O nosso projeto desportivo esteve sempre focado na continuidade, na harmonia de grupo e na intenção de construir uma equipa vencedora. Acreditamos que esta decisão é a mais condizente com os valores que definimos para a equipa», lê-se em comunicado.
De acordo com a imprensa espanhola, Juan Ayuso vai assinar a partir de 2026 com a Lidl-Trek.