Eram 12h54 em Portugal continental, quase dez da noite em Singapura, quando Diogo Ribeiro, um jovem português de Coimbra, saltou para uma piscina à procura de um metal precioso. Desta vez, não o encontrou. Nos Mundiais de natação, o atleta terminou a final dos 50 metros mariposa no quarto lugar, ficando sem o estatuto de campeão do mundo que tinha desde os Mundiais de Doha, em 2024. O pódio esteve, porém, ali bem perto e é um resultado de destaque tendo em conta o nível dos atletas nesta final.

Nos 50 metros mariposa – distância que, em Los Angeles 2028, se vai tornar prova olímpica – não há gestão física nem demasiada componente táctica, como numa prova longa. É saltar e nadar rapidamente.

Em Doha, quando conquistou o título, Diogo Ribeiro reagiu bem à partida, mas não fez um percurso subaquático de encher o olho. Depois, ligou o “motor” e, com uma recuperação tremenda, teve uma ponta final explosiva, um deslizamento perfeito rumo à parede e levou o ouro.

Em Singapura, foi parecido. O português arrancou para esta final na pista 2, com o quinto melhor tempo de qualificação, e voltou a fazer um mau mergulho e um percurso subaquático assim-assim. Conseguiu, depois, uma recuperação tremenda no nado e ficou a apenas dez centésimos do pódio, fazendo uma marca de 22,77 segundos com direito a bater o recorde nacional de 22,80, que já era seu.

Se olharmos apenas para os tempos de acesso à final, o resultado do português até superou a expectativa: tinha a quinta melhor marca para uma final que se previa muito disputada e bateu o britânico Benjamin Proud, que desiludiu com o quinto lugar. E, em rigor, Diogo Ribeiro cumpriu o objectivo pessoal. “Não aponto a lugares, quero só melhorar os meus tempos”, disse antes dos Mundiais, pelo que cumpriu o que delineou, com novo recorde pessoal e nacional.

A medalha de ouro ficou para o francês Maxime Grousset (22,48), que bateu o suíço Noe Ponti (22,51) e o italiano Thomas Ceccon (22,67).