Se o Rock está morrendo no Brasil, o Heavy Metal já é um cadáver putrefato! Nos anos 80 e 90, o país produziu ícones do Rock nacional como Jota Quest, Detonautas, CPM 22, LS Jack e Fresno, que se tornaram febres nacionais.

Na época do meu Ensino Médio, nos primeiros anos do milênio, lembro que essas bandas eram motivo de chacota na minha turma, que curtia o bom e velho Metal: Angra, Sepultura, Dr. Sin, Krisiun… para citar apenas alguns nomes que deram orgulho ao Brasil pelo mundo.

Hoje, vendo no que a música brasileira se transformou com o funk e os “músicos” de quem milhões de jovens são fãs… que saudade de ouvir minhas alunas falando de Restart! Já não é mais necessário ter talento, estudar teoria musical, compor letras e músicas ou praticar horas por dia durante anos: basta apelar aos sentimentos humanos mais primitivos e imorais (e muitas vezes criminosos), combinados com um bom marketing, para se tornar o novo ídolo de milhões de jovens.

Mas alguns bravos guerreiros ainda resistem nesse oceano de lixo musical, como é o caso da banda de Heavy Metal Armahda. Formada em 2011 por Maurício Guimarães, Alexandre Dantas, Renato Domingos, Paulo Chopps e João Pires, a banda canta a história do nosso país em suas músicas. Curiosamente, conheci a banda por recomendação de alguns seguidores do meu canal, nos meus vídeos sobre a história do Brasil — principalmente no meu vídeo sobre D. Pedro II.

E, senhoras e senhores, que grata surpresa quando ouvi o primeiro e maior hit da banda: uma homenagem ao maior líder da história deste país. Last Farewell mostra o imperador deixando o Brasil depois do golpe militar de 1889 que pôs fim à monarquia.

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Com uma composição linda e inspiradora, a banda canta como D. Pedro II amava verdadeiramente o Brasil: ao deixar nossa terra, ele leva consigo um punhado dela e escreve em seu diário que deseja ser enterrado com aquele pedaço do país

Uma música belíssima, que qualquer amante da história do Brasil deve conhecer!

Em agosto de 2024, eles lançaram um clipe poderoso em um Power Metal oitentista de arrepiar: The Lost City conta a história de um famoso arqueólogo inglês chamado Percy Fawcett, que acreditava na existência de uma cidade perdida na Amazônia. Depois de organizar uma expedição e iniciar sua exploração por Mato Grosso, ele nunca mais foi encontrado.

E agora, em julho deste ano, eles nos entregam mais um presente histórico: Silver Tears, single do próximo álbum, conta a história da Guerra da Cisplatina, ocorrida apenas três anos após a independência do Brasil e que, por fim, resultou na independência do Uruguai, até então parte do Império brasileiro. Inclusive, um trecho é cantado em espanhol — uma homenagem lindíssima ao povo uruguaio que lutou nessa guerra decisiva para sua história.

Nesses tempos sombrios, ter uma banda brasileira tão talentosa cantando sobre a nossa terra é um privilégio. Com músicos dedicados e comprometidos, a Armahda está escrevendo sua própria trajetória na história do Metal brasileiro.