Novamente, o Ricardo Saraiva trouxe-nos algumas novidades relativamente ao que a DIGI anda a fazer em Portugal. Desta vez, por curiosidade, decidiu testar o tarifário Ilimitado da DIGI Portugal e espreitar o que realmente acontece no backend MyDigi.

A conclusão? O nome “ilimitado” não corresponde à realidade.

Ou seja, como em tantos outros tarifários, existe uma Política de Utilização Responsável (P.U.R.) bem definida e o tráfego é, de facto, limitado.

O que foi descoberto?

  1. Primeiros 9 GB
    O consumo começa com os 9 GB de dados para roaming, que são usados logo à cabeça.
  2. Consumo nacional
    Depois disso, o tarifário mostra-se como “ilimitado” mas, na prática, o limite está definido:
    • O backend marca como “isAmountUnlimited: true”, mas trava nos 2,01 TB.
  3. Extra plafond escondido
    Existe ainda um extra de 1 TB adicional identificado como MB_FUV. Quando este esgota, o serviço é bloqueado automaticamente e o cliente recebe um SMS a informar que ficou sem dados móveis.

Ou seja, o “ilimitado” tem uma barreira clara: cerca de 2 TB de tráfego total.

O que diz a lei?

Desde 2014, a ANACOM proíbe ofertas de telecomunicações que se apresentem como “ilimitadas” mas que na prática tenham limites escondidos. Ou seja, a DIGI pode estar a usar uma comunicação enganadora ao vender como ilimitado algo que, na realidade, não é.

Isto interessa?

Ninguém, pelo menos nenhum utilizador normal, vai consomir 2 TB de dados móveis num mês. Estes limites existem para meter um travão em quem queira aproveitar os preços baixos dos tarifários para usar a Internet quase como se fosse fibra ótica caseira.

Porém, isso não muda o essencial: se existe limite, não é ilimitado.

No fundo, a DIGI até podia dizer que tem o tarifário com mais dados do mercado, e teria toda a razão. Mas ao chamar-lhe “ilimitado”, arrisca-se a cair no mesmo erro que outros operadores já cometeram antes.