O chefe da polícia ucraniana não descarta que o assassinato de Andriy Parubiy tenha tido o envolvimento de Moscovo.

“Sabemos que este crime não foi acidental. Há envolvimento russo. Todos serão responsabilizados perante a lei”, afirmou o chefe da polícia, Ivan Vyhivskyi, no Facebook.


Para o presidente ucraniano foi um “assassinato horrível” e uma “questão de segurança num país em guerra”.

“O suspeito prestou um depoimento inicial”, disse Zelensky na aplicação de mensagens Telegram. “Estão em curso ações de investigação urgentes para apurar todas as circunstâncias deste assassinato.”

“Agradeço às autoridades policiais pelo trabalho rápido e coordenado. Todas as circunstâncias deste horrível assassinato precisam de ser esclarecidas”, acrescentou Zelensky.O presidente ucraniano revelou ainda que já tinha estado em contacto com o procurador-geral Ruslan Kravchenko, que informou que o suspeito tinha prestado um depoimento inicial.



“Estão em curso ações de investigação urgentes para apurar todas as circunstâncias deste assassinato”, acrescentou, agradecendo também às autoridades policiais e aos procuradores por “trabalharem 24 horas por dia”.

Detido no oeste do país


O alegado atirador foi detido durante a noite na região de Khmelnytskyi, no oeste da Ucrânia, escreveu o ministro ucraniano do Interior, na mesma rede social.

“Muitos detalhes não podem ser partilhados neste momento”, declarou Klymenko. “Direi apenas que o crime foi cuidadosamente planeado: os movimentos da vítima foram estudados, foi traçada uma rota e elaborado um plano de fuga.”


Klymenko disse que a investigação preliminar concluiu que o homicídio tinha sido “cuidadosamente preparado”, com a agenda de viagens e a rota de Parubiy mapeadas, bem como um plano de fuga.

Segundo o governante, polícia nacional da Ucrânia fornecerá mais detalhes posteriormente.Numa conferência de imprensa no sábado, o chefe da polícia de Lviv, Oleksandr Shliakhovskyi, disse que o atacante tinha “disparado cerca de oito tiros com uma arma de fogo”.

Imagens não verificadas, alegadamente do tiroteio, pareciam mostrar um atirador vestido de entregador a aproximar-se de Parubiy na rua e a segurar uma arma enquanto caminhava atrás dele.

Fontes das agências policiais da Ucrânia disseram à BBC que o agressor se vestiu para se parecer com um funcionário da empresa de entregas Glovo. A empresa disse estar “profundamente chocada” com o crime e que iria cooperar totalmente com a investigação.

Parubiy esteve envolvido na “Revolução laranja”


O ex-presidente do Parlamento ucraniano, Andriy Parubiy, foi uma figura central da revolução pró-europeia do Maidan (também conhecida como EuroMaidan), um movimento de protestos e agitação civil na Ucrânia, de novembro de 2013 a fevereiro de 2014, que exigia maior integração com a União Europeia, combate à corrupção e a renúncia do então governo.



Andriy Parubiy foi um dos líderes dos grupos de autodefesa durante os protestos do Maidan, que foram reprimidos com violência pelas autoridades. Este movimento forçou o então presidente pró-russo Viktor Yanukovych a deixar o poder e fugir para a Rússia em 2014.

Parubiy, ex-secretário do Conselho de Segurança Nacional de Defesa, esteve igualmente envolvido na chamada “Revolução laranja” de 2004, desencadeada após denúncias de fraude na segunda volta das presidenciais ucranianas.


Parubiy, de 54 anos, foi ainda presidente do parlamento ucraniano, a Rada, de abril de 2016 a agosto de 2019, antes tinha sido eleito deputado.


c/ agências