“Em cooperação com John Marshall, da Universidade da Califórnia, Berkeley, trabalhamos com dados gerados nos experimentos realizados com os mosquitos transgênicos para entender os mecanismos que governam a disseminação da característica genética nas populações ao longo de diversas gerações.”
No Brasil, o principal transmissor da malária é o Anopheles darlingi, predominante na Amazônia. Ainda não se sabe se a mesma variante do gene FREP1 teria o mesmo efeito nessa espécie. Segundo Corder, já existem conversas preliminares para montar um grupo de pesquisa e investigar o potencial dessa abordagem com mosquitos e parasitas locais.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2023 houve mais de 260 milhões de casos de malária e quase 600 mil mortes no mundo. Apesar de métodos tradicionais como uso de mosquiteiros impregnados com inseticidas e diagnóstico e tratamento precoces, a incidência global da doença está estagnada há cerca de uma década.
“Por isso, novos métodos de controle são necessários. Essas estratégias genéticas são promissoras pois podem reduzir a capacidade de transmissão sem ter que eliminar a população de mosquitos – o que tende a ser ecologicamente menos agressivo”, conclui Corder.
O artigo Driving a protective allele of the mosquito FREP1 gene to combat malaria está disponível neste link.
*Da Assessoria de Comunicação do ICB, adaptado para o Jornal da USP
**Estagiário sob orientação de Moisés Doradó