Aos 48 anos, Orlando Bloom voltou a arriscar tudo. Longe das espadas de “O Senhor dos Anéis” ou dos mares de “Os Piratas das Caraíbas”, o ator submeteu-se a uma dieta extrema para “The Cut”. Uma transformação tão dura que o deixou fisicamente exausto e psicologicamente abalado.
O filme acompanha a história de um pugilista reformado, que decide regressar ao ringue uma última vez para conquistar o título que tanto quis durante toda a sua carreira. Para o fazer, terá de mudar de classe de peso, isto é: perder 11 quilos em seis dias. Trancado num quarto em Las Vegas, o lutador de boxe envolve-se num programa intenso e ilegal de perda de peso com um treinador sem escrúpulos.
Na realidade, para alcançar o efeito de um processo de peso extremo, o ator foi obrigado a perder pelo menos 20 quilos em apenas três meses, uma meta que tinha que atingir logo para o primeiro dia de gravações. Com o intuito de poupar Bloom depois do esforço da dieta, a produção foi organizada em ordem cronológica invertida: o ator começou as filmagens no peso mais baixo e, à medida que os dias avançavam, foi recuperando massa muscular.
Em entrevista à “People”, revelou que embora estivesse entusiasmado com o desafio, não previu o impacto que teria na sua saúde mental. “Este tipo de disciplina intensa deixou-me abalado”, admitiu. No total, perdeu 23 quilos em três meses, passando dos 83 quilos para apenas 60.
O processo foi acompanhado pelo nutricionista Philip Goglia, conhecido por ter trabalhado com Christian Bale em projetos como “Batman – o Início”. Habitualmente, Goglia baseia-se em ajustes nutricionais equilibrados que permitem manter a energia durante treinos intensos. No caso de Bloom, a estratégia centrou-se num défice calórico extremo.
Orlando Bloom antes das gravações e no set do “The Cut” (2024)
A alimentação do ator foi progressivamente reduzida. “Passei de três refeições por dia para duas e depois para uma”, contou no programa britânico “This Morning”. Nas últimas três semanas antes das gravações, limitou-se a comer apenas atum e pepino.
A dieta teve consequências. Bloom descreveu a fase final como um período de exaustão total, física e mental. O défice calórico deixava-o sem energia para treinar e acabou por sentir-se “paranoico” e com “pensamentos intrusivos”.
Sean Ellis confirmou à “Variety” que a situação era insustentável: “Começámos as gravações quando ele estava o mais leve possível e depois começou a comer. O que significa que tivemos de gravar o fim do filme primeiro e o seu início por último. Durante os 25 dias de gravações, tentou comer o máximo para repor parte do seu peso.”
Apesar dos riscos, o ator garantiu que esteve sempre muito vigiado. Goglia realizava análises ao sangue com frequência para garantir que não estava em perigo. “Devemos comer, dormir e tomar conta de nós próprios””, frisou Bloom, que adverte que este tipo de treino não deve ser replicado.
Além de Orlando Bloom, “The Cut” conta com Caitríona Balfe, Andonis Anthony, Clare Dunne, Gary Beadle e John Turturro. O filme chega às salas de cinema dos EUA a 5 de setembro.