“Nenhuma ofensiva, tentativa de anexação e deslocamento de populações impedirá a dinâmica que criámos com o príncipe herdeiro (saudita Mohammed Bin Salman) e à qual muitos parceiros já aderiram”, afirmou Emmanuel Macron.
A decisão americana de não conceder vistos aos responsáveis palestinianos para a Assembleia Geral da ONU “não é aceitável”, acrescentou. “Apelamos à revogação desta medida e à autorização de uma representação palestiniana em conformidade com o acordo de sede”, indicou o chefe de Estado francês.
I just spoke with the Crown Prince of Saudi Arabia. Together, we will co-chair the Conference on the Two-State Solution in New York on September 22.The American decision not to grant visas to Palestinian officials is unacceptable.…
— Emmanuel Macron (@EmmanuelMacron) September 2, 2025
Numa mensagem na rede social X, Emmanuel Macron, escreveu que
irá co-presidir com o príncipe herdeiro saudita, a 22 de setembro, na
sede da ONU em Nova Iorque, uma conferência sobre a “solução de dois
Estados”, durante a qual França deverá formalizar, assim como outros
países, o seu reconhecimento do Estado palestiniano.
“O nosso objetivo é claro: reunir o mais amplo apoio internacional possível para a solução de dois Estados — a única maneira de atender às aspirações legítimas tanto dos israelitas como dos palestinianos”.
Como parte de uma solução de dois Estados, o presidente francês também apelou a “um cessar-fogo permanente”, à “libertação de todos os reféns”, ao “envio massivo de ajuda humanitária às populações de Gaza” e ao “envio de uma missão de estabilização a Gaza”.
“Estamos também a trabalhar para que, no dia seguinte, o Hamas seja
desarmado e excluído de qualquer governação de Gaza, que a Autoridade
Palestiniana seja reformada e reforçada e que a Faixa de Gaza seja
totalmente reconstruída”, acrescentou Macron.
“O reconhecimento é uma recompensa ao Hamas”
Tanto Israel como os EUA condenaram a decisão de Emmanuel Macron de reconhecer o Estado da Palestina. O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, considerou que o reconhecimento é “uma recompensa ao Hamas”, após o ataque perpretrado pelo movimento islamita a 7 de outubro de 2023 contra a população israelita.
O movimento de reconhecimento do Estado da Palestina também suscitou o descontentamento dos aliados americanos.
Numa conversa com o seu homólogo francês Jean-Noël Barrot, o secretário de Estado americano Marco Rubio reiterou a “forte oposição” americana “a qualquer reconhecimento unilateral de um Estado palestiniano”, segundo o Departamento de Estado.
c/agências