A diplomacia russa do gás natural continua a abrir caminho a Vladimir Putin. Desta feita, Pequim mostrou o seu apoio ao líder russo num momento de pressão mundial para fechar o acordo de paz na Ucrânia.

epa12341819 Indian Prime Minister Narendra Modi (C) talks with Russian President Vladimir Putin (L) and Chinese President Xi Jinping (R) ahead of the Shanghai Cooperation Organization (SCO) Summit 2025 at the Meijiang Convention and Exhibition Centre in Tianjin, China, 01 September 2025. The Shanghai Cooperation Organization (SCO) Summit 2025 is held in Tianjin on 31 August and 01 September. EPA/SUO TAKEKUMA / POOL

2 Setembro 2025, 17h51

“Meu velho amigo”, foi assim que o presidente chinês recebeu o seu homólogo russo no encontro internacional que está a ter lugar por estes dias em Pequim, cujo auge vai ser a parada militar que terá lugar na quarta-feira na capital chinesa.

A ideia de Xi Jinping é mostrar a Washington que existe uma aliança de força entre as potências não alinhadas com Donald Trump, estando também presentes os líderes da Índia, Coreia do Norte e do Irão.

É um forte sinal de apoio de Pequim ao regime russo, num momento em que Moscovo está a ser pressionado por Donald Trump para fechar um acordo de paz para a Ucrânia, mas aparentemente sem grande sucesso.

Xi Jinping e Vladimir Putin fecharam um acordo para construir um novo gasoduto entre os dois países: o Poder da Sibéria 2, que vai atravessar a Mongólia para chegar à China.

Por ano, o gasoduto tem capacidade para exportar 50 mil milhões de metros cúbicos de gás para a China durante um período de 30 anos, com os preços a serem mais baixos do que os cobrados atualmente pela Gazprom na Europa.

As discussões sobre o mega-projeto estão empatadas há anos, recorda a “Reuters”. A Rússia tem mostrado mais vontade em avançar para compensar a quebra da procura na Europa após a invasão da Ucrânia. A Europa já ameaçou banir totalmente o gás russo no final de 2027.

Pequim sabe dos riscos de estar muito dependente de um único fornecedor e a procura por gás no país tem estado a desacelerar.

“O projeto para construir o Poder da Sibéria 2 (…) será o maior projeto de gás do mundo”, disse Alexei Miller, presidente da gasista estatal russa Gazprom.

Os detalhes financeiros do projeto, assim como os prazos de execução, não foram revelados.

Já no Poder da Sibéria original, a Gazprom comprometeu-se a aumentar os fluxos de gás, que atualmente estão nos 38 mil milhões de metros cúbicos.

A construção de outro novo gasoduto – o Far Eastern – deverá arrancar em 2027.