O secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, defendeu nesta segunda-feira que a construção modular deve ser encarada como uma solução eficaz e imediata para enfrentar as necessidades urgentes de habitação no país, numa resposta que não descure as necessárias medidas estruturais de médio e longo prazo. Durante uma visita a uma empresa nacional do sector, o líder socialista afirmou que esta tecnologia representa uma oportunidade para o país.
Segundo o antigo ministro da Administração Interna, num prazo de sete a oito meses, as empresas nacionais têm capacidade para fornecer mais de mil unidades de construção modular, dirigidas a famílias em circunstâncias exigentes e a uma população mais frágil, como mulheres e crianças. “Estas construções têm dignidade, segurança e podem ser erguidas em pouco tempo”, argumentou José Luís Carneiro, salientando a importância de uma acção coordenada entre Estado, autarquias e sociedade civil.
Carneiro afirmou ainda que o custo destas soluções é viável e compatível com os meios públicos. Estima-se um valor médio de 900 euros por metro quadrado, podendo chegar até aos 1500 euros por metro quadrado. Ou seja, segundo as contas do líder socialista, uma habitação com cem metros quadrados pode custar entre 90 a cem mil euros.
José Luís Carneiro recordou ainda que desde 2021 existe legislação que regula o alojamento temporário e de emergência, precisamente para situações como as recentes demolições de barracas em Loures, autarquia liderada pelo socialista Ricardo Leão. Sobre o assunto, Carneiro disse apenas que “não se pode criticar um autarca que está a ser confrontado da noite para o dia com construções precárias”.
Além das respostas urgentes, José Luís Carneiro frisou que esta estratégia deve ser acompanhada por medidas estruturais, nomeadamente o relançamento de um programa nacional de construção de habitação a custos controlados, à semelhança do que existiu no passado. “As autarquias poderiam adquirir essas habitações, colocá-las no mercado de arrendamento acessível, e os inquilinos poderiam comprá-las ao fim de 25 ou 30 anos”, explicou. “O meu dever é apresentar soluções. Se o Governo ouve ou não ouve, isso já não me compete controlar”, concluiu.