Os tempos evoluem, mas na Coreia do Norte a tradição mantém-se: na sua deslocação até Pequim, onde vai participar, na quarta-feira, 3 de setembro, no desfile que assinala os 80 anos do fim da II Guerra Mundial, Kim Jong-un optou pelo meio de transporte de eleição do seu pai e do seu avô – o comboio.
Foi a bordo do Taeyangho (que significa “Sol” em coreano) que o líder norte-coreano percorreu os mais de 800 quilómetros que separam Pyongyang de Pequim. O que a uma velocidade que não vai além dos 60 km/hora lhe terá levado umas boas 20 horas – contando com as paragens. Numa dessas paragens, Kim aproveitou para fumar um cigarro junto ao comboio, cuja cor verde tropa o torna inconfundível. A imagem (em cima) partilhada pela propaganda norte-coreana, depressa correu o mundo.
Visto como uma fortaleza sobre carris, o Taeyangho é o meio de transporte favorito do homem que lidera a Coreia desde 2011. Mas já antes o seu avô, o fundador do regime Kim Il-sung, o escolhera para as suas raras deslocações ao estrangeiro, mas também para longas viagens pelo seu país, tornando-o num dos símbolos da propaganda do regime norte-coreano. Também Kim Jong-il, o pai do atual Kim e filho do fundador do regime, gostava de viajar sobre carris.
No caso do Kim mais novo, foi de comboio – visto como mais seguro, além de permitir acomodar as enormes comitivas que acompanham o líder nestes momentos, que viajou até à China, ao Vietname ou à Rússia.