O chanceler alemão, Friedrich Merz, deixou esta quarta-feira duras críticas ao Presidente russo. “É um criminoso de guerra. É talvez o pior criminoso de guerra dos nossos tempos”, classificou o líder germânico, numa entrevista televisiva à Sat1, citada na imprensa alemã.
Para o chanceler alemão, a Europa deve entender que está a “lidar com um criminoso de guerra”. “Não deve haver espaço para fraqueza”, defendeu Friedrich Merz.
O chanceler alemão defendeu também que as eventuais garantias de segurança à Ucrânia deverão ser enquadradas pela chamada Coligação dos Dispostos e não pela União Europeia (UE), como sugeriu a chefe do executivo de Bruxelas, Ursula von der Leyen.
Em conferência de imprensa conjunta com a presidente da Suíça, Karin Keller-Sutter, em Berlim, o líder alemão afirmou que espera defender este ponto de vista sobre as garantias de segurança, exigidas por Kiev para celebrar um acordo de paz com a Rússia, na reunião da Coligação dos Dispostos, convocada para quinta-feira pelo Presidente francês, Emmanuel Macron.
“A garantia de segurança mais importante que podemos oferecer agora é o apoio suficiente aos esforços da Ucrânia para defender o país. E sabemos que devemos continuar, mesmo para além de possíveis negociações de cessar-fogo e de paz, porque a Ucrânia precisa de estar preparada para defender o país a longo prazo, e queremos ajudá-la”, afirmou Friedrich Merz.
“Quando digo ‘nós’, refiro-me sobretudo à Coligação dos Dispostos”, precisou, argumentando que “a UE desempenha certamente um papel”, mas, no que toca a apoio militar, este “é do domínio exclusivo dos Estados-membros e dos restantes países envolvidos”.
Friedrich Merz citou o exemplo do Reino Unido, que já não é membro da União Europeia, mas está no círculo dos países que lideram a Coligação dos Dispostos.
“É por isso que é uma tarefa que cabe mais a esta constelação do que à UE”, insistiu, fazendo eco do ministro da Defesa alemão, Boris Pistorius, que já tinha criticado as declarações da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, na segunda-feira sobre um possível envio conjunto de tropas de manutenção da paz.
O chanceler alemão apoiou ainda a oferta reiterada de Keller-Sutter para acolher futuras conversações de paz entre a Rússia e a Ucrânia em Genebra.