Jeremiah St. Juste quebrou o silêncio sobre o mercado de transferências e, em comunicado, afirma que soube que vai começar a trabalhar com a equipa B através dos jornais.
O defesa-central neerlandês reconhece que não assinou pelo Osasuna por «questões legais e fiscais», mas garante que não rejeitou outras abordagens. O jogador de 28 anos revela ainda que chegou a acordo com vários clubes alemães, «mas o Sporting só aceitou termos com o Union Berlim».
«No início da janela de transferências, o clube disse-me que eu não precisava de sair porque o treinador queria contar comigo nesta temporada. Mas, quando a temporada começou, de repente, não fui incluído no plantel. Ninguém, nem a equipa técnica nem a direção, falou comigo sobre isso. Em vez disso, fui evitado. Ao mesmo tempo, os meus irmãos, que também são meus os meus agentes, foram contactados pelo clube, que disse querer vender-me por causa do meu contrato, que estava prestes a expirar», escreveu o neerlandês, numa publicação no Instagram.
«Por mais que eu ame o Sporting, e por mais que seja triste admitir que, por causa de lesões, ainda não consegui dar aos adeptos o que eles realmente merecem, entendi a mensagem. Nas últimas semanas da janela, trabalhámos duro para encontrar uma solução. Viajei até Osasuna para conhecer o clube, mas a estrutura contratual, envolvendo questões legais e fiscais, tornou o negócio impossível. Com vários clubes alemães, cheguei a um acordo pessoal, mas o Sporting só aceitou termos com o Union Berlin. Tive as malas prontas durante uma semana, à espera de luz verde para viajar. Dois dias antes do fecho do mercado, fui informado de que primeiro outro jogador precisava ser vendido. Isso não aconteceu e, por isso, a transferência acabou por cair», contou.
St. Juste assegura que só depois disso é que teve a «primeira conversa direta com a direção» e explicou à estrutura leonina que «havia uma grande chance» de ficar em Lisboa, porque a filha está prestes a nascer. «A direção entendeu e disse claramente: “Tens contrato com o Sporting, por isso podes ficar se quiseres.”»
O jogador de 28 anos criticou, ainda, a forma como o Sporting geriu a despromoção à equipa B.
«Hoje, treinei feliz com os meus companheiros de equipa. Mas, quando cheguei em casa, fui inundado de mensagens. Pela imprensa, li que tinha sido enviado para a equipa B. Descobri isso pelos jornais. Pouco depois, o meu irmão foi informado pela direção, que lhe disse que eu ficaria na equipa B ou então deveria considerar opções no Médio Oriente. Isto, poucos dias depois de me dizerem que entendiam perfeitamente a minha decisão de ficar e focar no nascimento da minha filha», lembrou.
Por último, o central garante que vai acatar a decisão e representar a formação secundária do Sporting, que alinha na II Liga.
«Respeito o clube, o treinador e, acima de tudo, os adeptos, e só peço o mesmo respeito em troca. Eu posso curvar-me, mas nunca vou quebrar. O verde e o branco correm nas minhas veias, por isso vestirei a camisola da equipa B com orgulho», concluiu.
Fonte do Sporting, contactada pelo Maisfutebol, garantiu que não é verdade que St. Juste tenha sabido que ia passar a treinar com a equipa B pela imprensa, adiantando que o diretor-geral falou com o central pela hora de almoço. Bernardo Palmeiro, ainda segundo fonte do clube de Alvalade, transmitiu ao neerlandês que era o quinto central para Rui Borges, que não havia espaço para ele no plantel principal e que, por isso, ia começar a trabalhar na equipa B.
O comunicado de St. Juste na íntegra:
«Nos últimos meses, muito foi escrito e dito sobre a minha situação no Sporting. Sinto que é hora de partilhar o meu lado da história com total transparência.
No início da janela de transferências, o clube disse-me que eu não precisava de sair porque o treinador queria contar comigo nesta temporada. Mas, quando a temporada começou, de repente, não fui incluído no plantel. Ninguém, nem a equipa técnica nem a direção, falou comigo sobre isso. Em vez disso, fui evitado. Ao mesmo tempo, os meus irmãos, que também são meus os meus agentes, foram contactados pelo clube, que disse querer vender-me por causa do meu contrato, que estava prestes a expirar.
Depois de um ano no Sporting, tive a opção de transferir-me para um grande clube da Alemanha, mas o Sporting deixou claro que eu não estava à venda e manteve-me preso ao meu contrato. Entendi perfeitamente e nunca criei problemas ou me comportei mal em relação a isso.
Por mais que eu ame o Sporting, e por mais que seja triste admitir que, por causa de lesões, ainda não consegui dar aos adeptos o que eles realmente merecem, entendi a mensagem. Nas últimas semanas da janela, trabalhámos duro para encontrar uma solução. Viajei até Osasuna para conhecer o clube, mas a estrutura contratual, envolvendo questões legais e fiscais, tornou o negócio impossível. Com vários clubes alemães, cheguei a um acordo pessoal, mas o Sporting só aceitou termos com o Union Berlin. Tive as malas prontas durante uma semana, à espera de luz verde para viajar. Dois dias antes do fecho do mercado, fui informado de que primeiro outro jogador precisava ser vendido. Isso não aconteceu e, por isso, a transferência acabou por cair.
Depois, surgiram notícias na imprensa dizendo que eu havia rejeitado o contrato por razões financeiras. Isso é uma completa mentira. Eu já tinha chegado a um acordo há mais de uma semana.
Depois disso, finalmente tive a minha primeira conversa direta com a direção. Expliquei que agora havia uma grande chance de eu ficar, especialmente porque a minha filha está prestes a nascer aqui em Lisboa, algo muito importante para mim. A direção entendeu e disse claramente: “Tens contrato com o Sporting, por isso podes ficar se quiseres.”
Hoje, treinei feliz com os meus companheiros de equipa. Mas, quando cheguei em casa, fui inundado de mensagens. Pela imprensa, li que tinha sido enviado para a equipa B. Descobri isso pelos jornais. Pouco depois, o meu irmão foi informado pela direção, que lhe disse que eu ficaria na equipa B ou então deveria considerar opções no Médio Oriente. Isto, poucos dias depois de me dizerem que entendiam perfeitamente a minha decisão de ficar e focar no nascimento da minha filha.
Respeito o clube, o treinador e, acima de tudo, os adeptos, e só peço o mesmo respeito em troca.
Eu posso curvar-me, mas nunca vou quebrar. O verde e o branco correm nas minhas veias, por isso vestirei a camisola da equipa B com orgulho.»