“Quanto à adesão da Ucrânia à UE, nunca nos opusemos a isso”, disse Putin ao primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico, em conversações na China.
“Quanto à NATO, esse é outro assunto… A nossa posição nessa matéria é bem conhecida: consideramos que isso é inaceitável para nós”, acrescentou.
A Ucrânia tem reiterado que não cabe à Rússia decidir sobre as eventuais adesões de Kiev. Também a NATO já avisou que Moscovo não pode vetar a adesão à Aliança Atlântica.
No encontro desta terça-feira na China, Putin relembrou que discutiu a questão da segurança da Ucrânia com o presidente dos Estados Unidos a 15 de agosto, numa cimeira no Alasca.
“Há opções para garantir a segurança da Ucrânia no caso de o conflito terminar”, disse Putin. “E parece-me que há aqui uma oportunidade para chegar a um consenso”.
“É uma decisão da Ucrânia escolher como garantir a sua segurança”, mas essa segurança “não pode ser garantida em detrimento da segurança de outros países, incluindo a Rússia”, acrescentou.
Putin disponível para trabalhar com Ucrânia e EUA em Zaporizhia
O líder russo afirmou ainda que Moscovo está pronto para cooperar com Washington na central nuclear de Zaporizhia, a maior central nuclear da Europa, cujo controlo foi assumido pela Rússia em março de 2022.
“Podemos cooperar com parceiros americanos na central nuclear de Zaporizhia”, declarou Putin, acrescentando que o assunto foi discutido indiretamente com os EUA. O presidente russo disse até estar preparado para trabalhar com a Ucrânia nessa central.
Vladimir Putin está na China desde domingo para uma visita oficial de quatro dias. Segundo a agência russa de notícias TASS, o presidente russo e o seu homólogo chinês, Xi Jinping, não discutiram o envio de um contingente chinês de manutenção da paz para a Ucrânia.
Vários países europeus têm lançado a ideia de enviar as suas próprias forças de manutenção da paz depois de ser alcançado um acordo para o fim da guerra, iniciada pela Rússia em fevereiro de 2022.Putin sugere à Eslováquia que corte fornecimento de energia à Ucrânia
No seu encontro com o primeiro-ministro eslovaco, Robert Fico, Putin encorajou-o ainda a cortar o fornecimento de energia à Ucrânia.
“A Ucrânia recebe uma quantidade considerável de recursos energéticos dos vizinhos da Europa Oriental. Cortem o fornecimento de gás na direção oposta, bloqueiem o fornecimento de energia“, sugeriu.
“Assim eles vão entender imediatamente que há limites para o seu comportamento no que diz respeito à violação dos interesses dos outros”, afirmou o líder russo, referindo-se a ataques ucranianos contra infraestruturas energéticas na Rússia.
A Eslováquia é fortemente dependente do gás russo, tal como a Hungria, sendo ambos os países conhecidos pelas posições pró-Moscovo.
c/ agências