Contrariando a opinião de vários governantes como Kwon Young-se, os serviços secretos sul-coreanos, em 2024, concluíram, através de “várias análises de aparições públicas e ao nível de protocolo usado desde o seu surgimento”, que Kim Ju-ae é a “sucessora mais provável”. O governo da Coreia do Sul manifestou algumas reservas sobre esta análise das secretas, dizendo que é ainda “prematuro” tirar essa conclusão.

Porém, é inegável que Kim Ju-ae tem vindo a ganhar importância dentro do regime. À Reuters, Rachel Minyoung Lee, especialista do thinktank norte-americano Stimson Center, notou que as suas aparições públicas não acontecem apenas em eventos militares. A adolescente participa em atividades políticas e económicas; no início de 2024, até visitou um galinheiro ao lado do pai.

A visita à China é mais uma prova de que Kim Jong-un pode estar a apostar nesta filha para assumir o poder depois dele. “É a favorita para ser sucessora a líder suprema da Coreia do Norte”, diz o especialista Michael Madden à Reuters, que explica que Kim Ju-ae está a “adquirir experiência protocolar que lhe será muito útil como a próxima líder da Coreia do Norte”.

Fazendo fronteira com a China, o governo da Coreia do Norte sobrevive em larga medida graças ao apoio chinês. Se bem que desde a invasão da Ucrânia a Rússia tenha ganhado importância, é Pequim que continua a ser o principal sustentáculo económico e diplomático do regime de Kim Jong-un. Daí que esta ida a território chinês de Kim Ju-ae seja bastante importante — e possa servir como uma espécie de apresentação da jovem à elite do Partido Comunista Chinês e ao Presidente Xi Jinping, algo que nunca aconteceu, por exemplo, com a irmã do líder norte-coreano.