Andre Matos saiu do Angra em 2000 e uma reunião da formação clássica não pôde acontecer, devido à morte do vocalista, em 2019. Pouco tempo antes de partir, o cantor estava considerando voltar a tocar com os antigos colegas, desde que uma condição fosse respeitada.
Quem falou sobre isso recentemente foi Fabio Lione, atual ocupante do posto no Angra. Em entrevista ao Ibagenscast (com transcrição do Whiplash), o italiano contou sobre a última vez em que viu Andre – os dois eram amigos desde os anos 90 – no backstage de um show do Souspell.
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Foi aí que o brasileiro deu sua condição para a reunião. Lione disse:
“Foi a última vez que vi o Andre. Conversamos bastante e eu até falei algo que vai surpreender: perguntei se existia a possibilidade de fazermos alguns shows juntos com o Angra. Ele me respondeu que talvez três ou quatro apresentações, no máximo, poderiam acontecer. Mas colocou uma condição: ‘o Kiko tem que estar’.”
Kiko Loureiro, guitarrista da formação clássica, deixou o Angra em 2015 para entrar no Megadeth, onde permaneceu até 2023. Em seu canal no YouTube (em vídeo agora removido), Loureiro relatou situação parecida em relação à abertura de Andre Matos para uma reunião, poucos dias após a morte do cantor.
Segundo Kiko:
“Você acredita que no fim de semana passado, teve um show do Shaman com o Avantasia, em São Paulo, e estava o Paulo Baron, empresário do Angra. Eles conversaram e, pela primeira vez em 20 anos, o Andre falou: ‘cara, acho que poderia ser legal voltar e tocar se o Kiko vier também’. E o Baron me ligou nessa semana falando isso para mim.”
Kiko ressaltou que o vocalista ficou completamente afastado de qualquer coisa ou pessoa relacionada ao Angra por cerca de 20 anos. O guitarrista afirmou:
“Sabe que foi um negócio emocionante até, porque ao longo desses 20 anos – cara, provavelmente é tua idade, é uma vida – ele não quis falar com ninguém. E eu também não. Algumas vezes aconteceu de mandar recado por alguém, de uma gravadora, empresário, o próprio Paulo Baron… comentarem e perguntarem pro Andre, que respondia: ‘nunca vou tocar com esses caras de novo’.”
Os últimos anos de Andre Matos
Após sair do Shaman, em 2006, Andre Matos passou a se dedicar à carreira solo. O vocalista lançou três álbuns – “Time to be Free” (2007), “Mentalize” (2009) e “The Turn of the Lights” (2012). Em 2011, gravou “In Paradisum”, único disco do projeto Symfonia, em parceria com o guitarrista Timo Tolkki (ex-Stratovarius).
No ano seguinte, Andre se reuniu com sua primeira banda, o Viper, para comemorar os 25 anos do álbum de estreia do grupo, “Soldiers of Sunrise” (1987). A turnê de reunião gerou o ao vivo “To Live Again: Ao Vivo Em São Paulo” (2015). O cantor permaneceu fazendo shows com o Viper até 2016.
Em 2018, uma nova reunião: a formação original do Shaman embarcou em uma turnê comemorativa que durou até junho de 2019, quando Andre Matos veio a falecer. Em seu vídeo, Kiko Loureiro cita o fato de que o vocalista vinha repensando suas desavenças nos últimos anos, o que provavelmente teria aberto uma porta para um retorno com o Angra. Nas palavras do guitarrista, em 2019:
“Então, às vezes rolava esse papo ao longo desses 20 anos. Eu tentei algumas vezes, as pessoas tentavam e o Andre não estava a fim. E era isso. Mas é incrível que, nessa semana, ele falou que estava trabalhando… ele falou para o Luis (Mariutti, ex-baixista do Angra e do Shaman), que me contou por telefonema, que o Andre tinha conversado com ele, tentando rever seus ressentimentos da vida, o que ficou ali guardado, trabalhar isso. É uma pena, porque seria legal fechar um ciclo 20 anos depois se encontrar e conversar.”
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