O mobiliário e design português está a caminho de Paris nesta semana, dividindo-se entre a conceituada feira Maison&Object e a Semana de Design, que leva até à Cidade Luz mais de 70 marcas portuguesas. A exposição, sob o mote Re.MADE IN PORTUGAL naturally, tem curadoria da designer de interiores Nini Andrade da Silva e, de 4 a 9 de Setembro, mostra “a capacidade de Portugal se reinventar usando as suas tradição como motor de inovação”.

O evento, organizado pela Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, é a terceira iniciativa nacional na Semana de Design, que trabalha em acção concertada com a feira Maison&Object. Na mostra, que terá lugar no Galerie Joseph, no icónico bairro Marais, o foco estará na regeneração — tema transversal ao evento de design. “É uma verdadeira declaração de regeneração, reinvenção e reutilização, num equilíbrio subtil entre o património cultural e a modernidade”, descreve o comunicado de imprensa.

Essa “declaração” traduz-se em soluções de design sustentável ou de reutilização de materiais, que querem apresentar Portugal como “exemplo de criatividade responsável”. Para concretizar o ambicioso projecto, chamaram Nini Andrade da Silva, uma das mais conhecidas designers de interiores portuguesas, responsável por centenas de projectos – nacionais e internacionais (sobretudo de hotelaria).




Nini Andrade Silva
Rui Gaudêncio

A sua cenografia da exposição inclui decoração e mobiliário de marcas como a Boca de Lobo, a Luísa Peixoto ou a Teresa Gonçalves Lobo, as louças da Costa Nova ou da Vista Alegre, a cutelaria Belo Inox, os sabonetes Castelbel ou Claus Porto, os têxteis Lameirinho ou Burel, os azulejos Viúva Lamego e até as peças de moda da Pé de Chumbo, entre tantas outras. A decoração floral do espaço também fica a cargo da portuguesa Bloom.

São 70 marcas diferentes, sendo que algumas se repetem da Maison&Object, a decorrer em simultâneo de quinta a segunda. No parque de exposições de Paris estarão 29 projectos portugueses entre as mais de 2000 marcas presentes. Destacam-se a Têxteis Iris, o Atelier Gioux, a Mariaida Home, a House of Capricorn ou a Torres Novas.

A aposta portuguesa em Paris é justificada pelos resultados da fileira casa em França, para onde se exportaram mais de dois mil milhões de euros no ano passado. Assim, este é o principal destino para o mobiliário português, representando 32% das exportações das empresas nacionais — de acordo com a Associação Portuguesa das Indústrias de Mobiliário e Afins, são 7200 empresas do sector a empregar cerca de 65 mil pessoas.