O mandatário da candidatura do Chega à Câmara de Vendas Novas, Marco Silva, de 40 anos, foi detido em flagrante delito pela Guarda Nacional Republicana (GNR), esta quinta-feira, no concelho de Montemor-o-Novo (Évora), por suspeitas de atear focos de incêndio junto à Estrada Municipal 530 (EM530). Segundo fonte do Comando Territorial de Évora, no momento da detenção, o alegado incendiário estava a sair do carro onde seguia e a colocar fogo na berma da estrada, tendo consigo um isqueiro, uma garrafa de álcool e jornais.
O candidato do Chega à Câmara de Vendas Novas, Jorge Alcobia Pereira, confirmou à Lusa a ligação do suspeito à candidatura, esclarecendo que “oficialmente, ainda é o mandatário, porque legalmente não é fácil estar a substituí-lo” depois da entrega das listas em tribunal. No entanto, acrescentou que Marco Silva “já não está a exercer o cargo” de mandatário porque “quis sair há algum tempo” e informou o partido de que pretendia desvincular-se. “Não pertencia às listas e nem temos já contacto nenhum com ele”, acrescentou.
Nas anteriores eleições autárquicas, realizadas em 2021, Marco Silva foi o cabeça de lista do Chega à Câmara de Vendas Novas, sem ser eleito, e também já foi coordenador daquela concelhia do partido.
Recentemente, o partido liderado por André Ventura entregou na Assembleia da República um projecto de lei para agravar a pena até 25 anos para incendiários e equipará-los a terroristas.
Com isqueiro, álcool e jornais
Marco Silva foi detido na madrugada desta quinta-feira junto à EM530, que liga Cortiçadas de Lavre à EN380, e “tinha na sua posse um isqueiro, uma garrafa de álcool e jornais”, que alegadamente utilizava para provocar a ignição, adiantou a mesma fonte da GNR.
Os militares do destacamento de Montemor-o-Novo da GNR estavam a fazer diligências, desde domingo, após o surgimento de focos de incêndio de madrugada, durante vários dias naquela zona. Na sequência destas ignições, “ardeu pasto e os bombeiros de Vendas Novas e Montemor-o-Novo conseguiram extinguir rapidamente os focos de incêndio”.
O detido vai ser presente a primeiro interrogatório judicial no Tribunal de Montemor-o-Novo para a aplicação de eventuais medidas de coação.