Um dado que pode tornar mais difícil perceber o que estará verdadeiramente na origem do acidente que vitimou pelo menos 16 pessoas. Ao que o Observador apurou junto de fontes conhecedoras do processo, pode não ter existido rompimento no cabo que garante a circulação do elevador da Glória.
É isso mesmo que parece indicar uma avaliação preliminar do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF). Qualquer conclusão definitiva só poderá ser retirada posteriormente, mas este indício pode afastar a causa mais provável do acidente.
Esta informação a que o Observador teve acesso vai ao encontro do que já tinha sido sinalizado por Pedro Bogas. Esta quinta-feira, na conferência de imprensa que serviu para prestar os primeiros esclarecimentos, o presidente da Carris deixou duas pistas nesse mesmo sentido. Num primeiro momento, o responsável disse que o rompimento de um dos cabos do funicular “poderá não ser” a causa do acidente.
Mais à frente, o mesmo Pedro Bogas chegou a sugerir que se a causa do acidente fosse tão evidente, a Carris já teria percebido o que se tinha passado com o elevador da Glória. Quando se dirigiu aos jornalistas, pelas 17 horas, Bogas já teria tido acesso à informação preliminar do GPIAAF.
Estas primeiras avaliações, que serão conhecidas nos próximos dias, não significam necessariamente que o rompimento do cabo do funicular esteja completamente descartado como hipótese mais provável. Mas obrigará a análises complementares para concluir num ou noutro sentido.