A certeza já tinha quase duas semanas, a notícia chegou na manhã desta quinta-feira, o complemento deixou a história quase fechada: depois de a Prima Pramac Yamaha anunciar que Miguel Oliveira vai sair no final da temporada, confirmando que será Jack Miller a fazer dupla com Toprak Razgatlioglu, o piloto português revelou que não vai mesmo estar na grelha do MotoGP em 2026.

“Não é propriamente uma notícia de última hora. Sabíamos que era uma decisão que estava pendente desde o final de maio, quando foi anunciada a contratação do Toprak Razgatlioglu. Algo inesperado, diria, no sentido de não darmos continuidade àquilo a que me tinha proposto em 2024, assinando um acordo de um ano com mais um de opção e uma cláusula de performance a meio da temporada. Obviamente, uma cláusula altamente condicionada pela lesão na Argentina e depois o anúncio do Toprak veio mexer muito na dinâmica dentro do ‘paddock’, ter de lidar com as perguntas da comunicação social sobre o futuro corrida após corrida, estar constantemente a sentir que cada corrida tinha de ser uma prova daquilo que poderia fazer numa fase em que ainda estava a habituar-me à mota e os outros pilotos já estavam muito mais dentro do que eram os limites da mesma mota”, começou por referir em declarações à SportTV.

Depois do melhor resultado do ano, uma das piores notícias da carreira? Miguel Oliveira deve deixar MotoGP (e tem três hipóteses no futuro)

Na antecâmara do Grande Prémio da Catalunha, que começa já esta sexta-feira com as primeiras sessões de treinos, Miguel Oliveira explicou que está “tranquilo” em relação ao futuro. “No sentido em que, quando sabemos do nosso valor, quando sentimos que podemos acrescentar algo de positivo a qualquer equipa e a qualquer construtor, só podemos ter uma abordagem tranquila. O futuro está em aberto e é mesmo verdade. Neste momento tenho várias opções em cima da mesa para ponderar, mas não escolhas fáceis”, atirou, garantindo que a prioridade atual é “continuar a correr”.

“O sentimento ainda me mantém muito dividido neste ‘paddock’. Passei muito tempo da minha carreira aqui, cresci aqui. Conheço praticamente toda a gente de todas as equipas e, de alguma forma, gostava de manter esta ligação ao ‘paddock’. Para já há uma porta aberta para sair, mas a porta que está aberta para sair também pode estar aberta para entrar. Gostava de manter esse elo de ligação aqui ao ‘paddock’, mas só poderei tê-lo forçosamente como piloto de testes dada a dinâmica do ano que vem. Essas portas aqui, para ser piloto a tempo inteiro no ano que vem, fecharam-se. Dada a mudança de regulamento em 2027, ter também algum tipo de contrato de piloto de testes que me permita ter um número fixo de ‘wildcards’ durante a temporada parece-me difícil de garantir, até porque muitas das marcas vão congelar logo no início de fevereiro os seus pacotes técnicos para o início da temporada. Não faz sentido gastar muita energia e recursos financeiros nisso, sendo que no ano seguinte mudam os regulamentos, para além de as motas serem 80% das que temos agora”, acrescentou.

Mais à frente, Miguel Oliveira confirmou que a possibilidade de acumular uma posição como piloto de testes no MotoGP e outra como piloto no Mundial de Superbikes pode ser “uma via a explorar”. “Está tudo em aberto. Espero que nos próximos dias ou semanas as coisas possam concretizar-se e que eu escolha uma opção que me deixe feliz. Escolher as duas seria um desafio, até porque a categoria está a mudar de Michelin para Pirelli e a outra de Pirelli para Michelin, a competir. São sempre motas, têm acelerador e travões, mas as coisas são sempre um bocadinho diferentes”, recordou.

“Eu quero mesmo é competir, por isso é que o papel de piloto de testes a tempo inteiro me deixa muito dividido. O meu desejo é mesmo de competir, estar em pódios e vencer corridas. A ida para as Superbikes é algo que me deixa possivelmente muito agradado, até porque os lugares são em equipas oficiais, com estruturas bem montadas e fortes e isso é a ambição de qualquer piloto, voltar a um sítio onde se possa ser competitivo”, terminou o português, tem sido associado à BMW e à Yamaha.