A Polícia Judiciária admite a eventual existência de crimes de
homicídio negligente, violação das regras de segurança e homicídio por
omissão
, cuja construção jurídica é mais complexa. 

Qualquer
um dos crimes em causa prevê penas de prisão. A RTP apurou ainda que
não há, até agora, qualquer indício de que tenha havido crime
intencional – com dolo – no descarrilamento do Elevador da Glória.

Na quinta-feira, um técnico do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes Ferroviários esteve no local a recolher indícios, apoiado pela Polícia Judiciária e pela Autoridade para as Condições do Trabalho.


“O GPIAAF prevê publicar amanhã ao final da tarde uma nota informativa dando conta das constatações iniciais confirmadas. Publicará um relatório preliminar previsivelmente num prazo de 45 dias”
, adiantava na quinta-feira Nelson Oliveira, do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários, em conferência de imprensa. 




Destroços já foram retirados

Entretanto, terminaram os trabalhos para remover o que restava do elevador da Glória. Os trabalhos tiveram início após as perícias da Polícia Judiciária e decorreram durante toda a madrugada de sexta-feira, tendo sido concluídos ao princípio desta manhã. 


O local do acidente encontra-se neste momento sem destroços e as duas composições foram retiradas. Hoje, o perímetro de segurança no local é mais reduzido, mas as baias de segurança ainda estão a interditar a circulação na calçada da Glória.


Todos os destroços retirados do local foram levados para a Polícia Judiciária para serem analisados.


Cidadã franco-canadiana entre as vítimas




Já esta manhã, o Ministério francês dos Negócios Estrangeiros confirmou a morte de uma cidadã franco-canadiana no acidente. 


“A França expressa as suas condolências à família e aos entes queridos da nossa compatriota e assegura-lhes total solidariedade neste momento difícil”, lê-se no comunicado do MNE francês. 


Na mesma nota, o Ministério francês dos Negócios Estrangeiros deseja “rápida recuperação à nossa compatriota ferida no acidente”.

“A Embaixada de França em Portugal e o Consulado-Geral em Lisboa, em estreita colaboração com o Centro de Crise e Apoio do Ministério da Europa e dos Negócios Estrangeiros, estão totalmente mobilizados para prestar todo o apoio necessário e acompanhar a situação junto das autoridades locais”, 




Na quinta-feira, o diretor nacional da Polícia Judiciária, Luís Neves, avançou que “estão plenamente identificados, através de métodos científicos, dois cidadãos sul-coreanos (…), uma vítima suíça” e, com base na informação já recolhida, há probabilidade de haver “um cidadão alemão identificado, dois canadianos, um ucraniano e um cidadão americano”. Havia ainda três vítimas por identificar.