A meio da semana, na quarta-feira, o Elevador da Glória descarrilou na calçada e transformou-se num monte de destroços, resultando o acidente num total de 16 mortos e cinco feridos graves, balanço que toca uma dezena de nacionalidades, já que muitas das vítimas eram turistas estrangeiros.
Ouvido logo no dia do acidente, ao início da noite, o presidente da Carris, Pedro Brito Bogas, assentou as suas declarações numa tese: a manutenção do Elevador da Glória decorreu da forma correcta, como deveria decorrer, sendo cumpridos “todos os protocolos”.
Ontem, em conferência de imprensa, o presidente da Carris voltaria a garantir que as “as inspeções periódicas” se mantiveram “sem qualquer falha”, repetindo que a “segurança é uma prioridade” na empresa. Para além do maior investimento dos últimos anos, a liderança da Carris falou em operações de manutenção “foram bem efetuadas”.
Rejeitando qualquer intenção de poupar na manutenção das estruturas que gere, o presidente do Conselho de Administração da empresa garantiu que os custos com estes serviços têm aumentado de forma significativa. Manteve ainda total confiança na empresa que faz estes serviços desde 2019. Pedro Brito Bogas anunciou ainda a abertura de um inquérito para apurar as causas do acidente da Glória, mas sem em qualquer momento assumir qualquer responsabilidade.
Moedas questionado sobre confiança no presidente da Carris
A RTP questionou o presidente da Câmara de Lisboa sobre o presidente da Carris, empresa sob tutela da câmara, em particular se mantinha a confiança no líder da empresa responsável, entre outros serviços, por aparelhos da capital como o Elevador da Glória.
A questão da RTP ficou sem resposta, com a indicação do gabinete de Carlos Moedas que nada mais seria adiantada.
A questão era a seguinte: “Senhor presidente, depois do acidente com o Elevador da Glória, que até ao momento fez 16 mortos e muitos outros feridos graves, não é conhecida da sua parte qualquer intenção de demitir o presidente da Carris. Nesse sentido, quer dizer que mantém a sua confiança em Pedro Brito Bogas e que vai mantê-lo no cargo à frente da empresa?”.
Em 2021, Carlos Moedas pedia consequências políticas na questão dos dados de ativistas residentes em Portugal fornecidos à Rússia e exigia de imediato a demissão de Fernando Medina.