A Puma anunciou uma revisão em baixa das suas previsões financeiras para o ano de 2025, apontando para uma quebra de dois dígitos nas vendas ajustadas à moeda. A decisão surge num contexto de abrandamento do consumo nos EUA e de novas tarifas impostas pelo governo norte-americano, que deverão impactar diretamente os lucros da marca.
No segundo trimestre, a Puma reportou vendas ajustadas de 1,94 mil milhões de euros, falhando as expectativas dos analistas que previam 2,09 mil milhões. Esta quebra acontece após a empresa, já em março, ter alertado para a incerteza do mercado norte-americano e anunciado cortes de pessoal.
Originalmente, a marca previa um crescimento modesto de vendas, entre 1% e 5%, em linha com os 4,4% registados em 2024. No entanto, com a conjuntura atual, prevê agora uma descida significativa, sinalizando desafios estruturais mais profundos na sua operação.
A imposição de novas tarifas alfandegárias nos EUA, anunciadas pela administração Trump, deverá custar à Puma cerca de 80 milhões de euros em margem bruta ao longo de 2025. Apesar dos esforços de mitigação — incluindo ajustes nos preços, otimização da cadeia de abastecimento e maior colaboração com parceiros, a marca admite que o impacto será difícil de contornar.
A revisão das previsões lança novas dúvidas sobre a capacidade da Puma competir de forma eficaz com gigantes como Adidas e Nike, bem como com marcas emergentes e altamente dinâmicas como On Running e Hoka (da Deckers Outdoor). O contexto é especialmente desafiante numa altura em que os consumidores procuram diferenciação, valor emocional e performance nas marcas desportivas.