Mais de mil pessoas expuseram-se à possibilidade de serem presas este sábado em Londres ao participarem num protesto de apoio ao movimento activista Palestine Action, que a justiça britânica declarou como organização terrorista em Julho, depois de um requerimento do Governo trabalhista.

De acordo com a Reuters, muitas das pessoas que se reuniram na Praça do Parlamento seguravam cartazes que diziam: “Eu oponho-me ao genocídio. Eu apoio a Palestine Action”.

A Polícia Metropolitana de Londres disse que os agentes começaram a prender aqueles que expressavam apoio à Palestine Action, embora sem adiantar o número de detenções. Mas a Reuters menciona uma testemunha que lhe disse que “dezenas de pessoas foram detidas”.

O Guardian escreve que os manifestantes reuniram-se pelas 13h e que cerca de 15 minutos depois a polícia metropolitana começou a fazer detenções, apesar do carácter pacífico da manifestação organizada pela ONG Defend our Juries.

Numa manifestação semelhante em Agosto houve 532 detenções, refere o jornal. Muitos dos detidos tinham mais de 60 anos. Desta vez também haverá pessoas idosas a serem levadas para esquadras.

De acordo com o jornal, a polícia foi vaiada com cânticos como “tenham vergonha” quando levou duas pessoas idosas em scooters de mobilidade para as carrinhas policiais.

“Estou aqui porque me oponho ao genocídio e também me oponho à interferência excessiva do Governo” no caso da Palestine Action. “Eles [Governo] baixaram o nível do que é considerado terrorismo e quase lhe retiraram o sentido”, disse ao Guardian um dos manifestantes, Steve Masters.

O Reino Unido proibiu a Palestine Action ao abrigo da legislação antiterrorista, depois de alguns dos seus membros terem invadido uma base da Força Aérea e danificado aviões militares. A organização acusa o Governo de cumplicidade com crimes de guerra israelitas cometidos em Gaza.

“Como alguém que esteve na Força Aérea, danificar um jacto seria algo que nunca faria”, afirmou Steve Masters ao Guardian. “Embora desagradável, a destruição de propriedade para a maioria das pessoas não é terrorismo. Eles [a Palestine Action] não saem a manifestar-se explicitamente para prejudicar as pessoas. Isto é uma farsa da justiça”, disse, a propósito da proibição do movimento pró-palestiniano.

A proibição da Palestine Action coloca este grupo de activistas ao lado de organizações como a Al-Qaeda e o Daesh e pune com pena de até 14 anos de prisão o apoio ou a pertença à organização.

“Vou ser inequívoco: se demonstrar apoio à Palestine Action — uma ofensa nos termos da Lei do Terrorismo — será detido”, afirmou na sexta-feira o vice-comissário adjunto da Polícia Metropolitana, Ade Adelekan. “Temos o número de agentes, a capacidade de detenção e todos os outros recursos necessários para processar quantas pessoas forem necessárias”, afirmou.