É sempre muito chato. Não dá para dizer que essas coisas não nos afetam.
Gosto quando a crítica literária escreve algo consistente, que sai deste papel de dizer se o livro é bom ou ruim. Você pode ficar puta, mas lá, de madrugada, você acorda e pensa: ‘Poxa, tem algo nessa crítica que me move, que pode me ajudar a crescer e a evoluir’, isso é ok, eu aceito.
Afinal, todo artista desconfia das suas fragilidades, dos seus pontos fracos e vulneráveis. Se essa pessoa acha meu livro ruim, isso não me interessa, pois há outros milhões de leitores que acham bom ou, ao menos, têm críticas construtivas.
Agora, se são críticas que vão direto ao ponto —que posso até não gostar—, que fazem com que eu fique mais atenta no próximo texto e que me façam ser uma autora melhor, tudo bem.
E a polêmica do final de “Tudo é Rio”? Como lida com ela hoje?
Livro ‘Tudo é Rio’, lançado em 2014 Imagem: Divulgação
Eu entendo esse temor, essa polêmica. A gente vive num país muito violento contra a mulher. Tive a chance de conversar com muitas pessoas que entendiam a questão do perdão no livro como ‘vamos esquecer e está tudo bem’, então realmente é difícil.