O herói que continua se esforçando para não ser nem James Bond, nem Jason Bourne: “Esse cara não consegue evitar problemas” – Notícias de cinema

Chega aos cinemas Anônimo 2, a sequência do bem-sucedido filme de ação lançado em 2021 com parte da equipe de John Wick.

Imagine Hutch Mansell, o pai de família do vertiginoso Anônimo, indo em uma gôndola pelos canais de Veneza e lutando contra seus inimigos recorrendo a granadas. Como imagem é espetacular, mas algo não combina com esse herói do dia a dia que funcionou tão bem no filme lançado em 2021. É o que pensou o ator Bob Odenkirk quando leu o primeiro esboço escrito por Derek Kolstad.

“Derek Kolstad escreveu uma cena onde estou em uma gôndola em Veneza, puxo uma lona, vejo armas e granadas. Adorei. Pensei: ‘Vai ser lindo e seria divertido ir à Itália’. E quanto mais eu pensava, mais dizia a mim mesmo: ‘Não, não, esse é James Bond. Esse é Jason Bourne. Esse não é Hutch. Ele não pode ir para a Itália. Ele pode ir ao estado vizinho após cinco horas de carro, e é um pequeno parque aquático e uma feira, e é preciso aproveitar ao máximo'”, contou Odenkirk em uma entrevista ao espanhol SensaCine.

E Hutch, sem dúvida, aproveita ao máximo. Em Anônimo 2 – sequência que chegou aos cinemas em 21 de agosto -, o “anônimo” do primeiro filme leva sua família para merecidas férias na pequena cidade de Plummerville. No entanto, não consegue escapar dos problemas e enfrenta um operador corrupto de um parque temático, um xerife suspeito e um chefe mafioso sedento por sangue.

“Sabe, todos nós já estivemos nessas férias em família, certo? É bonita a ideia de um personagem como Hutch, que não está à altura da família. Ele não encontra o equilíbrio em sua vida. Simplesmente não sabe como criar um equilíbrio real. Ele precisa que Becca e as crianças lhe digam o que tem que fazer. E o que ele faz, e o que é incrível do Bob, é que consegue fazer Hutch voltar a ser ele mesmo”, conta Connie Nielsen, que interpreta a esposa de Hutch, Becca. Ela é quem traz um toque mais humano à história de ação e quem constantemente lembra ao protagonista o que realmente é importante.

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É uma história de amor, mas uma história de amor real. Somos adultos de verdade com opiniões diferentes e críticos um com o outro, mas de uma forma muito afetuosa, como se dissesse: ‘Você não pode fracassar porque não vou deixar você fracassar’. Estamos juntos nessa.

Embora a premissa seja que os Mansell estão de férias, o verdadeiramente interessante aqui é a facilidade do protagonista para se meter em brigas. “É quase como se, embora ele se esforce muito, esse cara não conseguisse evitar se meter em problemas”, aponta o ator e compara com Saul Goodman, seu personagem na série Better Call Saul, “não acho que seja tão diferente de Better Call Saul, exceto que há brigas. As brigas são diferentes. Sim, ok. Saul Goodman não briga. Mas Saul Goodman é um homem tenaz. Nunca desiste. É inteligente. E essas são as qualidades que Hutch também tem. Exceto que Hutch briga”.

A primeira parte foi um sucesso inesperado. Com 16 milhões de dólares de orçamento – o que é considerado uma produção pequena em Hollywood -, alcançou 55 milhões em arrecadação, mas, principalmente, colocou Hutch como um dos lutadores do momento justo quando todo mundo adorava John Wick. Não é coincidência, por trás de Anônimo estão David Leitch e Derek Kolstad, diretor e roteirista de John Wick, respectivamente. “Anônimo foi um filme muito pequeno. Fiquei muito surpreso que fosse feito. Obviamente, eu queria que fosse feito e ajudei a desenvolver a história e treinei para isso durante dois anos e meio, mas você sabe como é Hollywood. Metade do tempo eles nem mesmo fazem o filme”, comenta Odenkirk.

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Minhas expectativas eram que simplesmente déssemos tudo de nós e possivelmente fracassássemos e possivelmente eu me envergonhasse. Mas sabe de uma coisa? Tudo bem. Estive na comédia toda a minha vida. Parte de estar em uma comédia é estar disposto a se envergonhar.

Por então já estava plenamente entregue ao projeto: “Pensei: ‘bom, estou aprendendo a escrever e estou aprendendo sobre exercício, para o qual recebi treinamento gratuito durante dois anos e meio’. Se tivessem me ligado qualquer dia e me dito que não íamos fazer o filme, eu teria sentido como se tivesse ganhado”.

Mas não ligaram para cancelar o projeto. Ele viu a luz em 2021 com uma boa recepção e, quatro anos depois, retorna às telonas com uma sequência com mais ação, mais humor e mais família.