O Sporting tem um plano para Trincão. Um plano que não se esgota numa simples renovação de contrato e que não começa também apenas nessa revisão contratual. Tem um antes, que recentemente se traduziu num investimento de mais €11 milhões no passe do avançado de 25 anos e um depois, que o vai colocar na estrutura de capitães de equipa e na linha da frente para herdar a braçadeira de Morten Hjulmand, que se prepara para cumprir a última temporada de leão ao peito, assim mantenha o nível das duas últimas temporadas.
«Morten estava perdido para Itália e tenho de lhe dar uma palavra, porque o nosso capitão recusou várias propostas para ganhar o triplo e, depois de conversa com a administração, acedeu a ficar mais de um ano», a revelação foi feita por Frederico Varandas, depois dum mercado em que o médio esteve na mira de Juventus e Inter, bem como mereceu a atenção do Man. United de Ruben Amorim, treinador que em Alvalade o promoveu a capitão em 2024/2025, logo na segunda época do dinamarquês no clube.
A Juve chegou a acenar com números ao Sporting para levar Hjulmand, 30 a 40 milhões, quando os verdes e brancos apenas admitiam deixá-lo sair pelo valor da cláusula de rescisão de €80 M. E mais tarde, a partir de 15 de junho, quando ela deixou de estar em vigor, nem por valor superior.
O dinamarquês, que no verão de 2023 foi contratado ao Lecce por €18 milhões, aceitou agora ficar, terá perdido possibilidade de ir ganhar bem mais do que ganha em Alvalade, mas deixa a saída adiada por um ano, assim mantenha o nível até aqui evidenciado e será uma das grandes vendas dos leões no próximo verão.
Com uma saída do dinamarquês, o Sporting não fica apenas órfão do melhor jogador no meio-campo, fica também sem dono da braçadeira de capitão. E aqui entra Francisco Trincão, que está a conversar para a renovação do contrato que termina em 2027 e que tem, com a revisão salarial, entrada na estrutura de capitães dos leões, juntando-se ainda a Hjulmand e a Gonçalo Inácio e Daniel Bragança.
Na hora de substituir o dinamarquês, que se adivinha no verão de 2026, Trincão surge com o perfil mais indicado para herdar a braçadeira, até porque a renovação de contrato do extremo pretende-se que seja de longa duração, com um vínculo por mais três anos, até 2030, e simbólica, pois Trincão é, e a estrutura quer que seja cada vez mais, um símbolo leonino dentro e fora de campo, junto de companheiros e adeptos.
Aos 25 anos Trincão é uma figura de proa do Sporting. Chegou a Alvalade no verão de 2022, numa primeira fase cedido pelo Barcelona, com taxa de empréstimo de 3 milhões de euros, e depois de forma definitiva, uma vez acionada compra de 7 milhões, com os catalães a manterem direito a 50 por cento do valor de futura venda. No passado dia 15 de agosto, os verdes e brancos anunciaram a compra dos restantes 50 por cento do passe por €11 milhões, para um investimento de €18 milhões no passe do avançado.
A renovação do vínculo, que naturalmente contemplará aumento salarial, pode também mexer na cláusula de rescisão. É agora de €80 M mas não seria de estranhar que possa chegar aos €100 M, onde está Ioannidis e onde no passado só tinham estado Bruno Fernandes, Gyokeres e Quenda, este ainda no plantel mas cedido, porque vendido ao Chelsea desde março.
Desde setembro de 2018, altura em que Frederico Varandas assumiu a presidência do Sporting, que a equipa leonina conheceu quatro capitães.
Começou com Nani que nesse verão quente, que antecedeu as eleições na transição de Bruno de Carvalho para o atual líder, voltou a Alvalade para uma terceira passagem no clube mas que em janeiro de 2019 rumou aos Estados Unidos, para jogar na MLS ao serviço do Orlando City.
Foi então depois da saída de alguém que no total tinha seis temporadas de Sporting que Bruno Fernandes assumiu a braçadeira, uma época e meia depois de ter chegado ao clube. Pouco tempo, ainda assim mais seis meses do que Hjulmand, que foi promovido a capitão logo ao fim de uma época.
Antes do dinamarquês, Coates foi o líder da braçadeira no braço esquerdo, estatuto que assumiu em janeiro de 2020, quatro anos depois de ter chegado a Alvalade e na altura da ida de Bruno Fernandes para o Manchester United.