O neozelandês que desde dezembro de 2021 estava escondido numa zona remota do país com os três filhos — que levou sem o consentimento da mãe — foi esta segunda-feira morto a tiro pela polícia local que investigava um assalto à mão armada. A três crianças foram localizadas e estão em segurança.
Há quatro anos que não era conhecido o paradeiro de Tom Phillips e de Ember, que hoje tem 9 anos, Maverick, com 10 anos, e Jayda, com 12 anos, apesar dos avistamentos regulares que mostravam quatro pessoas camufladas no meio da floresta.
Phillips fugiu com os filhos na sequência de uma disputa de custódia com a mãe das crianças e desde então que, apesar de as autoridades terem lançado diversas vagas de buscas pela região de Waikato em que se pensava estarem escondidos os menores e o pai, nunca tinha sido possível localizá-los. As buscas mais recentes aconteceram em março passado.
Na madrugada desta segunda-feira, segunda relata o The Guardian a polícia foi alertada para um assalto de uma loja na cidade de Piopio, próxima da região em que os desaparecidos tinham sido avistados várias vezes por caçadores e turistas. As autoridades perseguiram dois suspeitos numa moto-quatro, que fugiam do local do crime, quando um deles começou a disparar tiros com uma espingarda, o que desencadeou a resposta armada da polícia.
Tom Phillips foi então abatido pela polícia e foi identificado um dos filhos que se encontrava com ele na motoquatro, que não sofreu ferimentos. Os outros dois menores foram localizados horas depois sozinhos, no meio do mato, com a polícia neozelandesa a montar uma megaoperação para os encontrar, sendo que eram esperadas temperaturas negativas na região durante a madrugada.
O primeiro-ministro neozelandês, Christopher Luxon, já se pronunciou publicamente sobre o caso, considerando os acontecimentos desta manhã “tristes e absolutamente trágicos”. “Não era isto que ninguém queria que acontecesse hoje”, afirmou, em declarações citadas pelo The Guardian.
Em declarações à Radio New Zealand, a mãe das três crianças, conhecida por Cat, falou em nome de toda a família dizendo que todos estão “profundamente aliviados pelo facto de esta provação ter chegado ao fim”.
“Sentimos a falta deles todos os dias durante quase quatro anos e estamos ansiosos por os receber em casa com amor e carinho”, acrescentou, ressalvando a tristeza com que acompanharam “a forma como os acontecimentos se desenrolaram” em relação a Phillips.
“A nossa esperança sempre foi que as crianças pudessem ser devolvidas de uma forma pacífica e segura para todos os envolvidos”, disse. Para a proteção dos menores, a polícia neozelandesa não divulgou para já para onde foram levados, mas disse que serão sujeitos a exames médicos físicos e psicológicos.
“Embora estejam em segurança, este é o início de uma longa jornada de recuperação e o seu bem-estar continua a ser a nossa principal prioridade”, afirmou Jill Rogers, a porta-voz da polícia.