Espanha vendeu cara a derrota com Inglaterra. 120 minutos não chegaram para desfazer o equilíbrio no jogo em Basileia e no desempate através de grandes penalidades Chloe Kelly foi a rainha
Emocionante. Assim foi a final do Euro Feminino 2025 que teve como palco o St. Jakob-Park, em Basileia, com 34.203 espectadores nas bancadas. Inglaterra e Espanha foram protagonistas de um bom espetáculo, em que o equilíbrio acabou por ser a nota dominante, num jogo dirigido pela francesa Stéphanie Frappart que, recorde-se, foi a primeira mulher a arbitrar jogos na Ligue 2 e, posteriormente, na Ligue 1; em 2019 fez história ao liderar uma equipa de árbitras num jogo da Taça UEFA entre Liverpool e Chelsea e em 2022 tornou-se na primeira mulher a dirigir um jogo do Mundial masculino, entre Alemanha e Costa Rica.
Nuestras hermanas tiveram ascendente na primeira parte, com várias oportunidades junto da baliza à guarda de Hannah Hampton, com o corredor esquerdo a ser o caminho preferencial para a área das inglesas. Esther González, Alexia Putellas (uns furos abaixo do habitual) a serem incomodativas para a guardiã.
Até que, aos 25 minutos, essa superioridade foi traduzida em golo, com Mariona Caldentey, de cabeça, a dar o melhor seguimento ao cruzamento de Ona Batlle, na sequência de um lance construído por Aitana Bonmati e Athenea Del Castillo.
Nas bancadas, ao lado de Aleksander Ceferin, presidente da UEFA, festejaram a infanta Sofia de Espanha, Leonor princesa das Astúrias, na presença de William, príncipe de Gales, com Luís Figo também presente na tribuna presidencial.
As inglesas, diga-se, passaram por uma mau bocado, com dificuldades em ultrapassar do meio-campo, com as espanholas, galvanizadas pelo golo, a não lhes darem espaço para progressão.
No reatamento a história do jogo inverteu-se, com Inglaterra a surgir mais afoita e, logo aos 56 minutos, também num lance aéreo, Russo, restabeleceu a igualdade. Chloe Kelly, que havia sido lançada a cinco minutos do intervalo, por lesão de Lauren James, voltou a ser jóquer ao ‘sacar’ cruzamento para o coração da área onde apareceu Alessia Russo a voar sobre as centrais (Irene Paredes e Laia Aleixandri), a fazer lembrar a música de Rui Veloso, que versava: «Tu querias perceber os pássaros. Voar como o Jardel sobre os centrais. Saber porque dão seda os casulos, mas isso já eram sonhos a mais…»
Diga-se que este era apenas o quarto golo que a Espanha sofria neste Europeu, o que espelha bem a solidez defensiva da equipa orientada por Montse Tomé.
No prolongamento, com a bola a rondas as duas balizas, Hannah Hampton e Cata Coll foram sacudindo as investidas das atacantes, com os 120 minutos a não serem suficientes para desfazer o empate.
Chegada a altura das grandes penalidades, algo que não acontecia numa final do Europeu feminino desde 1984, a Inglaterra foi, sem dúvida, mais competente, enquanto do lado de Espanha as jogadoras acabaram por denunciar-se mais: Mariona e Aitana Bonmatí viram os seus remates defendidos e Salma Paralluelo nem sequer acertou na baliza.
Chloe Kelly, já se disse, acabou por ser a heroína do jogo ao bater o penálti que valeu a revalidação do título europeu. A camisola 18, recorde-se, marcou o golo que deu a vitória a Inglaterra no Europeu em 2022, salvou a Inglaterra nos quartos de final, contra a Suécia, e marcou o golo decisivo na meia-final contra a Itália, que colocou as leoas nesta final, e eis que voltou a vestir a capa de super-mulher, sendo tida com um símbolo de resiliência.
Inteligência artificial coloca Alemanha e Espanha a jogar a final em Basileia
Sugestão de vídeo: