Olha, você falando fica até bonita… A gente vem desbravando. É que a gente não percebe o quanto desbrava ao longo do caminho. Comecei desbravando na minha família, me entendendo como mulher ali dentro daquela família muito machista, né? Não julgo o meu pai, mas ele deu essa criação que a gente não podia emitir opinião. Dessa maneira, eu fui pra vida. Mas eu não aceitei ficar assim. Fui tentando ser simpática, gentil, a não dizer não, agradar a todos, mas aí, através dos meus personagens, me senti forte. Às vezes, a gente precisa parar, dar uma olhada nas conquistas, celebrá-las, e falar: “Qual é a minha próxima meta?”. Vale a gente fazer isso para não estar o tempo inteiro no modo sobrevivência, como eu vivi, não, tipo: “Isso aqui é o que me cabe, então, é isso aqui que eu quero”. Fiz valer, fui consciente. Tenho orgulho do que eu construí diante da consciência que eu tinha, das minhas opções, entende? Muitas coisas eu não tinha consciência… agora, temos, cada vez mais!