O porta-voz do Exército israelita em árabe, Avichay Adraee, indicou “a todos os residentes da Cidade de Gaza e aqueles que se encontram nos seus bairros, desde a Cidade Velha e Tafah, a leste, até ao mar, a oeste”, que se retirassem.

“Para vossa segurança, retirem-se imediatamente pela estrada de Al Rashid em direção à zona humanitária de Al Mawasi”, acrescentou, em referência à área designada perto de Jan Yunis, no sul da Faixa, já identificada no último sábado, apesar de estar saturada com deslocados. Adraee sublinhou que o Exército israelita “está determinado a eliminar o Hamas” e que “operará na cidade de Gaza com grande força, como tem feito noutras partes do enclave”.

Na segunda-feira, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, disse aos habitantes da Cidade de Gaza para partirem imediatamente, avisando que as forças de Israel estão a organizar-se e a reunir-se na Cidade de Gaza para uma “manobra” terrestre.

“Em dois dias, destruímos 50 torres terroristas, e este é apenas o início da intensificação das operações terrestres na Cidade de Gaza. Digo aos residentes: foram avisados, saiam já!”, declarou.


“Tudo isto é apenas uma introdução, um prelúdio, para a poderosa operação principal: uma manobra terrestre das nossas forças, que estão agora a organizar-se e a reunir-se, contra a Cidade de Gaza”, acrescentou.


Israel garante que objetivo é eliminação do Hamas

As ordens de evacuação causaram pânico e confusão entre a população da Cidade de Gaza. À agência Reuters, alguns disseram que não teriam outra escolha senão partir para o sul do enclave, enquanto a grande maioria dos outros disse que ficaria, pois nenhum outro lugar era seguro.

O objetivo anunciado pelo Governo israelita é eliminar as últimas bolsas de resistência do Hamas e recuperar os 48 reféns que conserva na sua posse, dos quais se calcula que 20 estejam vivos, antes de entregar a gestão do território a entidades civis que não sejam hostis a Telavive.

O Catar tem estado a pressionar os líderes do Hamas para “responderem positivamente” à última proposta de cessar-fogo em Gaza apresentada pelos EUA durante as conversações em Doha na segunda-feira, segundo uma fonte da Reuters.

A ofensiva em curso na Faixa de Gaza foi desencadeada por um ataque liderado pelo Hamas a 7 de outubro de 2023 no sul de Israel, onde fez 1.200 mortos, na maioria civis, e 251 reféns. Em retaliação, Telavive lançou uma ofensiva em grande escala no enclave palestiniano que já provocou mais de 64 mil mortos.

c/ agências