Logo a seguir, estas declarações foram condenadas por vários socialistas, entre eles o antigo líder do PS Ferro Rodrigues.

O antigo secretário-geral do PS Ferro Rodrigues manifestou-se “indignado” com afirmações proferidas pelo presidente da Câmara de Lisboa sobre as razões da demissão do ministro Jorge Coelho após a queda da ponte de Entre-os-Rios, em 2001.

“Como amigo e sucessor de Jorge Coelho no Ministério do Equipamento Social manifesto a minha indignação pelas mentiras de Carlos Moedas”, declarou Ferro Rodrigues à Lusa.

De acordo com Ferro Rodrigues, “Jorge Coelho não tinha qualquer informação de que pudesse acontecer o que se passou” e Carlos Moedas “mentiu”.

“Caso contrário, obviamente, tinha proibido o acesso à ponte naquela terrível tempestade”, completou, antes de deixar uma advertência.

“Não digo mais nada, porque não quero contribuir para quem procura desviar atenções para a queda da ponte de Entre-os-Rios, onde todos os inquéritos foram feitos e publicados”, acrescentou.

Após a queda da ponte de Entre-os-Rios, entre outras investigações, a Assembleia da República constituiu uma comissão de inquérito que meses depois produziu um relatório aprovado sem votos contra. O documento teve os votos a favor do PS, PSD, PCP e CDS, com as abstenções de PEV e do Bloco de Esquerda.

Na sequência de investigações de caráter técnico, administrativo, jurídico, criminal e político, entre outros episódios, demitiu-se o então presidente do Instituto de Navegabilidade do Douro (IND), Mário Fernandes.

O IND foi uma das entidades responsabilizadas pela queda da ponte, enquanto organismo que licenciava e fiscalizava a extração de areias no canal navegável do rio Douro.

O acidente ocorrido na passada quarta-feira com o Elevador da Glória, em Lisboa, provocou 16 mortos e vários feridos com gravidade.