Uma identidade tática diferente, uma ideia de jogo que começa a ser consolidada, uma dúvida em relação ao papel que Rodrigo Mora poderá ter na equipa dentro do 4x3x3 de Francesco Farioli, um problema que voltou a ficar visível. O primeiro encontro particular do FC Porto no Estádio do Dragão, frente aos neerlandeses do Twente, deixou alguns indicadores positivos mas também um calcanhar de Aquiles no eixo central recuado, entre a ansiedade do jovem estreante Dominik Prpic e alguns erros de Nehuén Pérez. Nem de propósito, foi uma questão de um par de horas: os azuis e brancos tinham acabado de fechar um reforço com o perfil há muito desejado pela SAD portista depois das saídas de Pepe e, neste último verão, de Marcano.

Jan Bednarek, experiente central polaco de 29 anos, chegou esta segunda-feira à Invicta para fazer exames médicos e assinar contrato até junho de 2029 com os dragões, sendo recebido pelo diretor do futebol dos azuis e brancos, Jorge Costa (Andoni Zubizarreta continua fora de tudo sem que o clube anuncie de forma oficial a sua saída). Vinculado ao seu clube de sempre desde que deixou o Lech Poznan, o Southampton, o FC Porto vai pagar 7,5 milhões de euros pela contratação do internacional polaco, passando assim a fasquia dos 100 milhões de euros investidos em 205/26, entre os 75,3 milhões pagos por Gabri Veiga, João Costa, Dominik Prpic, Borja Sainz, Froholdt, Alberto Costa e Bednarek e os 25,3 milhões oferecidos por 90% do passe de Nehuén Pérez e os restantes 50% de Samu em maio. E o mercado pode não estar fechado.

Para já, os dragões conseguem suprir de uma assentada três das insuficiências apontadas no plano interno ao plantel. Por um lado, ganham mais um central depois das saídas de Otávio e Marcano, contando com Prpic, Nehuén Pérez, Zé Pedro e, em caso de recurso, Gabriel Brás. Por outro, conseguem um elemento experiente que possa trazer mais liderança em campo aos azuis e brancos, reféns de referências com as saídas que foram acontecendo nos dois últimos anos. Por fim, reforçam o peso no jogo aéreo em bolas paradas defensivas e ofensivas perante a envergadura do central de 1,89 metros que fez mais de 180 jogos na Premier.

Formado no Lech Poznan, após passagens por Sokól Kleczew e MSP Szamotuly, Bednarek alternou entre a equipa A e B até 2015 antes de ficar de vez no conjunto principal dos polacos na sequência de uma época de empréstimo ao Górnik Leczna, sendo contratado pela equipa do Southampton em 2017 por seis milhões de euros quando era apontado como um dos mais promissores centrais jovens. Ao todo, o polaco jogou oito temporadas na Premier League, saindo apenas por empréstimo para o Aston Villa em 2022/23 (onde realizou apenas quatro encontros), e mais uma no Championship. Os saints voltaram a descer de escalão na última época, o que “facilitou” a saída do defesa que já envergou a braçadeira de capitão da Polónia e conta com presenças em fases finais de dois Campeonatos do Mundo e outros tantos Europeus.

Elogiado pela regularidade, fiabilidade, liderança e espírito guerreiro, Bednarek ficou também (ainda) mais conhecido em Inglaterra quando assumiu em 2022/23 que pediu para sair do Southampton por empréstimo por questões mentais. “Ficar em Southampton era a pior opção em termos mentais para mim, precisava mesmo de sair. Estava a chegar a casa sempre cansado e chateado, não estava a ser eu, Agora sim, o velho Janek está de volta. Estou feliz. Estava a trabalhar com um psicólogo que me ajudou muito. Mudar de clube naquela altura era a única solução. Não sei se estava com uma depressão, até podia estar. Mais do que olhar para o diagnóstico, tentámos encontrar uma solução. Há pessoas que têm problemas muito piores do que eu mas era o meu problema. O tempo cura tudo e segui em frente, voltei a ser feliz”, salientou.

“Jan Bednarek tem 29 anos e 1,90 metros, soma 69 internacionalizações pela seleção polaca e perto de duas centenas de jogos na alta roda do futebol inglês. A partir de agora, vai reforçar a defesa do FC Porto, após rubricar um vínculo contratual válido para as próximas quatro temporadas, até 2029. A pequena localidade de Słupca, no coração da Polónia, serviu de berço para os irmãos Bednarek na década de 90. Jan, quatro anos mais novo do que Filip, guardião do Sparta de Roterdão, começou a jogar futebol bem perto de casa, no Sokół Kleczew, antes de se mudar para os arredores de Poznan. Uma temporada no MSP Szamotuły bastou para despertar o interesse do Lech Poznan, que recrutou os serviços do possante central quando este ainda era um adolescente. À estreia na equipa principal, que lhe garantiu uma medalha de campeão polaco 2014/15, seguiu-se um empréstimo ao Gornik Leczna e dezenas de internacionalizações jovens”, destacou o clube.

“No verão de 2016 regressou à casa de partida e fez uma excelente temporada na Ekstraklasa – tão boa que acabou por rumar ao futebol inglês e por se tornar na maior venda de sempre do Lech, superando a de Robert Lewandowski ao Borussia Dortmund. Chegado a Southampton, a primeira experiência no estrangeiro, ainda acumulou meia dúzia de presenças pelos Sub-23 dos saints antes de se estrear na Premier League (e logo a faturar) frente ao campeão Chelsea. A esse jogo seguiram-se mais 183 no principal campeonato britânico, sendo que na última edição só três jogadores conseguiram intercetar mais bolas do que Jan Bednarek – que igualou as 56 de Virgil van Dijk, antecessor no Southampton e atual capitão do Liverpool”, acrescentou.

“O novo número 5 portista chega à cidade Invicta depois de oito épocas em Inglaterra, ao longo das quais também disputou duas edições do Campeonato do Mundo (2018 e 2022), outras tantas do Campeonato da Europa (2020 e 2024) e quatro da Liga das Nações (2018, 2020, 2022 e 2024) ao serviço da Polónia”, concluiu o texto de apresentação do sexto reforço do FC Porto na noite desta segunda-feira.

[Horas depois do crime, a polícia vai encontrar o assassino de Issam Sartawi, o dirigente palestiniano morto no átrio de um hotel de Albufeira. Mas, também vai descobrir que ele não é quem diz ser. “1983: Portugal à Queima-Roupa” é a história do ano em que dois grupos terroristas internacionais atacaram em Portugal. Um comando paramilitar tomou de assalto uma embaixada em Lisboa e esta execução sumária no Algarve abalou o Médio Oriente. É narrada pela atriz Victoria Guerra, com banda sonora original dos Linda Martini. Ouça o segundo episódio no site do Observador, na Apple Podcasts, no Spotify e no Youtube Music. E ouça o primeiro aqui]