Por que não pular o café da manhã pode ser essencial para a saúde e o bem-estar
O papel do café da manhã na regulação do ritmo biológico e na prevenção de doenças Unsplash/Brooke Lark
Uma pesquisa que publiquei na revista Nutrition Research, em coautoria com a Profa. Dra. Luciana Pellegrini Pisani, da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), reuniu 66 estudos realizados entre 2010 e 2025 para investigar os efeitos de pular o café da manhã sobre diferentes aspectos da saúde humana.
Tatiana Palotta Minari é nutricionista, mestre em Psicologia e Saúde pela FAMERP e doutora em Ciências da Saúde, com ênfase em diabetes, hipertensão, cardiopatias e obesidade, também pela FAMERP. Possui especializações em Nutrição e Suplementação Esportiva, além de Neurociências, ambas pela UNIFESP. Atualmente realiza pós-doutorado em Ciências da Saúde, com foco em crononutrição e sono, na UNIFESP. É membro de sociedades científicas nacionais e internacionais, incluindo a American Society for Nutrition, European Society of Cardiology, European Society for Clinical Nutrition and Metabolism, International Diabetes Federation, British Pharmacological Society e Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo.
Observamos que a omissão dessa refeição está associada a uma série de consequências negativas, incluindo maior risco de obesidade, diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares, alterações no microbioma intestinal, aumento da inflamação sistêmica, piora da saúde óssea, declínio cognitivo, alterações de humor, maior prevalência de ansiedade e depressão, além de impactos no desempenho físico e na produtividade escolar e profissional.
Destacamos que o café da manhã exerce um papel fundamental na regulação do ritmo circadiano, funcionando como um marcador cronobiológico que sincroniza os ciclos hormonais e metabólicos do organismo.
A ausência dessa refeição compromete a liberação adequada de hormônios como cortisol e insulina e prejudica a absorção de nutrientes essenciais para o funcionamento físico e mental.
Embora algumas pessoas relatem efeitos neutros ou até positivos ao pular o café da manhã, os dados da literatura mostram que esses casos são exceções e que os impactos negativos são mais frequentes e abrangentes.
Também ressaltamos que a prática de omitir o café da manhã pode agravar desigualdades sociais, já que indivíduos em situação de vulnerabilidade muitas vezes deixam de se alimentar por necessidade e não por escolha.
Por isso, reforçamos que, embora seja uma refeição de baixo custo e alto valor nutricional, abordagens sensacionalistas ou proibições rígidas devem ser evitadas.
A promoção de hábitos alimentares saudáveis precisa considerar o contexto social, econômico e cultural de cada indivíduo, respeitando suas realidades e promovendo autonomia.
Apesar da consistência dos achados, observamos que muitos dos estudos incluídos são observacionais e de curto prazo. Defendemos a realização de novas pesquisas com metodologias mais robustas e acompanhamento longitudinal para compreender melhor os mecanismos fisiológicos e comportamentais envolvidos.
A mensagem central do nosso trabalho é clara: o café da manhã não é apenas uma refeição, mas um ponto de partida essencial para o equilíbrio metabólico, emocional e social ao longo do dia.
Veja 6 opções de café da manhã saudável, acessível e rápidoPão com ovo + banana + café sem açúcar
Mingau de aveia com maçã + café sem açúcar
Pão com queijo fresco + mamão + café sem açúcar
Iogurte natural desnatado com granola + uva + café sem açúcar
Tapioca com ovo + laranja + café sem açúcar
Cuscuz com queijo fresco + melão + café sem açúcar
Obs: As quantidades são apenas estimativas, devendo ser ajustadas à individualidade de cada paciente pelo profissional Nutricionista.
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